Li outro dia que os convênios médicos tem negado procedimentos com base estatística. É assim: eles sabem as estatísticas de todas as doenças porque esses dados estão cada vez mais disponíveis. Então tudo aquilo que não é estatisticamente provável eles rejeitam, imaginado que seja desnecessário ou então excesso de zelo por parte do médico que pediu ou então fraude mesmo. O "coitado" que não estiver dentro da média esperada que se vire para provar que precisa do procedimento, através de laudo adicionais, súplicas ou até processos judiciais com liminares. É a ditadura da estatística. Uma vez ouvi de um gerente a frase: exceções serão tratadas como exceções. Eu como auditor selecionava as exceções e as analisava uma a uma. Era meu modo de julgar se eram justificadas ou se deveriam ser punidas e execradas. Peritos do INSS agem da mesma forma, mesmo porque eles não sabem de tudo sobre todas as doenças. A reação normal de uma pessoa comum é sempre excluir aquilo que ela não conhece ou não entende. É por isso que existem chefes e superiores: justamente para tratarem as exceções e outros misteres que exigem visão de longo prazo. A justificativa para esse procedimento estatístico é a própria estatística: ao negarem esses procedimentos esdrúxulos provavelmente estarão acertando mais que errando.
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3 comentários:
Todos processos do tipo loteria podem seguir essa mesma lógica. Os bancos são os primeiros a terem acesso a esse tipo de conceito junto com corretoras de valores e seguradoras. O imponderável foi "domado" pelo homem através desse processo.
Até na família esse processo foi usado: tenha muitos filhos e um deles irá cuidar de você na velhice. Essa ideia caducou. Entramos na fase de investir muito em poucos filhos e em garantirmos a nossa velhice por nós mesmos. Um dos últimos lugares onde uns pagam pelos outros é no INSS.
Sabe-se que como em todo seguro existem fraudes no seguro saúde (notícias dos Estados Unidos dizem que por lá a fraude é enorme). Quem perpetra a fraude no caso são médicos gananciosos que querem receber mais dinheiro do que os planos querem pagar. São os maus médicos, que não tendo capacidade de atenderem apenas pacientes particulares querem porque querem ganhar mais.
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