sábado, 1 de setembro de 2012

Família

Houve uma época em que famílias eram formadas por um casal e seus filhos. Os filhos eram inevitáveis e a dinâmica do casal e da sociedade era formada por esse determinismo biológico. Ai, o homem, com seu engenho, inventou o controle da natalidade e tudo mudou. Várias novas possibilidades foram criadas e as afinidades e a individualidade passaram a ser viáveis. Hoje em dia, conforme sua vontade e sua capacidade de encontrar quem queira participar da sua concepção, tudo é possível: casais homossexuais, casais sem filhos com dupla receita, famílias de amigos, pessoas morando sozinhas e felizes, comunidades de idosos, casas chefiadas por mulheres, filhos sendo criados por avós. Todos os arranjos são possíveis e podem ser constituídos, conforme as possibilidades ou limitações das pessoas envolvidas. A cada um é dado seu quinhão em termos de beleza, dinheiro, inteligência, riqueza, juventude e maturidade. Cada um pode testar o mercado e ver se consegue o que deseja ou se tem de se contentar com algo inferior. Cada vez mais excrecências tenderão a ser eliminadas pela força do mercado matrimonial/afetivo. O mercado é imenso e tem de lutar contra a tradição, como já aconteceu até na família real Britânica. Até a força, representada pela mão grande e pesada do estado, personificada por suas leis vai acabar tendo de ceder a realidade que o mercado impõe. Os três grandes ingredientes estão presentes na vida das pessoas: o mercado, a tradição e a força. 

3 comentários:

Van der Camps disse...

A tradição pode ser boa, quando o tempo e a experiência fez com que a técnica e o resultado se aprimorasse e fosse o melhor possível ou pode ser ruim, quando algo fica tradicional demais e caduca, tornando-se inadequado aos nosso costumes.

Van der Camps disse...

O mercado pode ser ruim também, porque ele pode ir para o mal, para o caminho ruim, já que forças antagônicas estão presentes em tudo.

Van der Camps disse...

Por fim a força pode também ser boa ou ruim, já que existem leis boas e leis ruins. As leis são feitas pelos homens e os homens são bons e maus. Homens bons podem fazer boas leis e homens ruins podem fazer leis ruins. E o estado tem a força de coagir todos a se submeterem a essas leis, sejam elas boas ou ruins.