Pode parecer incrível mas eu tive essa dúvida. E teria outra dúvida com relação a direito também. E até com relação a medicina. O que mais pesou na decisão ? A pressão do meu pai para arrumar logo emprego e "sumir" o mais rapidamente possível. Vocação ? Servir a sociedade ? Ter sucesso profissional ? Ser feliz na profissão ? Nenhum desses questionamentos passavam pela cabeça do meu pai. No entanto a pressão era constante e sentida tanto pela minha irmã quanto por mim. Medicina foi descartada logo de cara porque significava ficar até os 30 anos na casa paterna dando (muitas) despesas. Direito não foi cogitado porque eu não sabia o que fazia um advogado ou juiz. Eu me sentia atraído por publicidade e propaganda porque eu achava que eu era criativo. Aí fui consultar a única fonte de informação que eu tinha: o manual da Fuvest, onde havia o salário para o recém formado. O salário em publicidade e propagando era de 5 salários mínimos. Avaliei e julguei que esse rendimento seria insuficiente para que eu fizesse meu pé de meia e conseguisse me manter de forma independente. Então consultei engenharia e lá estava a previsão de que o recém formado receberia 10 salários mínimos. Avaliei que essa remuneração seria suficiente para meus objetivos e fui para a engenharia, sem saber o que o engenheiro fazia para ganhar esse salário e sem saber que a contratação de engenheiros recém formados dependia do crescimento econômico. Olhei no manual e lá dizia que as opções dentro da engenharia eram 7 no mínimo. Raciocinei que de uma das 7 especialidades eu deveria gostar mais. Mais um engano. Acabei escolhendo elétrica/eletrônica sem ter noção nenhuma do que se trata-se, meio por modismo, meio por exclusão das demais áreas por um motivo ou por outro. Aprendi muito para conseguir me formar mas realmente não era minha praia e tive de migrar de profissão, o que eu consegui, devido a ter conseguido emprego em companhias que permitiam isso. Hoje meu sobrinho pode realmente escolher qualquer profissão. Seus pais lhe permitem essa escolha. Bem melhor do que aconteceu comigo.
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4 comentários:
Como faz falta um planejamento estratégico em termos de escolher uma carreira ou então em termos de encontrar uma parceira adequada. Conhecendo-se o problema podemos nos antecipar e sair a frente dos nossos competidores. Basta conhecer profundamente as variáveis envolvidas nos processos . . .
No caso das carreiras trata-se de auto-conhecimento, análise das carreiras existentes e análise do mercado de trabalho. Cabe aqui a técnica do SWOT: forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. No caso da escolha da companheira vale o mesmo: variáveis internas: forças e fraquezas, que são passíveis de modificação por força de vontade própria e variáveis externas: oportunidades e ameaças, as quais você não controla mas pode conseguir informações a respeito de forma a criar estratégias de aproveitamento, no caso das oportunidades e de evitação, no caso das ameaças.
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