Vivemos em um mundo de previsões. Podemos prever o futuro de relacionamentos, do dinheiro e dos negócios e também da saúde. O mundo está ficando cada vez mais previsível. Aquela ideia de que o passado é imutável continua. O presente tem de ser vivido, com suas rotinas e hábitos repetitivos e o futuro é cada vez mais previsível, já que muitas variáveis são conhecidas e quantificadas. A estatística está cada vez mais poderosa. As atitudes são cada vez mais fáceis de avaliar. Os segredos das emoções e da mente são desvendados cada vez mais. Redes neurais estão ai para guiar decisões de negócio. Algoritmos de todo tipo são desenvolvidos de forma cada vez mais sofisticada. Apostas são cada vez mais precisas, de forma a evitar erros. Somente investe dinheiro em furadas pessoas imaturas. As mulheres com seu comportamento pragmático estão cada vez mais por trás desse novo mundo. Rankings estão disponíveis para quem quiser vê-los. Nos relacionamentos temos os sites, adaptados para cada tipo de pessoa e expectativa. Para o dinheiro estudos de viabilidade do negócio estão disponíveis, cada vez mais precisos e sofisticados. Para a saúde teremos inclusive o mapeamento do genoma. Com relação a concepção a coisa já existe e os indesejados serão eliminados. Tudo é feito de forma a padronizar e acabar com as surpresas e os golpes de sorte. O imponderável será cada vez menos imponderável.
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4 comentários:
O imponderável ficará com as artes: que livro fará sucesso ? Que musico irá estourar ? Que filme irá faturar mais ? E mesmo nessas áreas artísticas sempre teremos as fórmulas repetitivas de sempre, que funcionam para gerações. É assim com fenômenos da internet. Aqui teremos alguma aleatoridade. Outro lugar da aleatoridade será a mutação genética . . .
A graça de se viver em São Paulo e andar sem rumo, descobrindo lugares inusitados, sem pressa e sem destino nem hora para chegar. Em uma escala maior uma viagem de volta ao mundo poderia ser igual: vagando sem pressa. Livre leve e solto.
Com todas essas previsões, viradas de jogo serão cada vez menos prováveis e a vida ficará cada vez mais chata e sem emoções fortes. Superações serão cada vez menos prováveis e se eram comuns apenas no cinema pode ser que fiquem restritas ao mundo do imaginário. Por outro lado escolher o que se pode conseguir ficará mais fácil. Quem pode não terá de se contentar com menos. Quem não for competente será derrubado, trapaceiros poderão ser pegos e punidos por quem tiver as manhas.
Somente preconceitos, neuroses, medos e idiossincrasias poderão evitar que a regra ou a lógica vença. Falsas crenças e fantasmas do passado, bem como traumas de todo tipo. Os aleijados não poderão obter o máximo, o melhor custo benefício e serão os explorados, como sempre.
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