segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Metade da Elite Tradicional Faliu

A afirmação é do Renato Meirelles do Data Popular. Durante muitos anos ser elite era ter curso superior. Bastava ter curso superior para ganhar bem e então ter mobilidade social. E bastava ter curso superior em qualquer área. Com o aumento da concorrência, muito mais pessoas se formaram em curso superior e querendo ou não essas pessoas podem ocupar cargos que antes não poderiam. Segundo ele apenas 5% tem influência ideológica na classe C. O preço define tudo: eles tem pouco dinheiro mas querem comprar tudo. Para atingir esse objetivo fazem "uniões" entre si. Enquanto a elite está brigando pelo espólio de empresas e inventários eles estão felizes e se acham os novos donos do mundo. Eles são muitos e para industrias interessa volume acima de tudo, portanto eles podem realmente ditar tendências de consumo. A elite gosta de exclusividade. Exclusividade continuará estudar em cursos da elite na USP, trabalhar em multinacionais, que são apenas 2% dos empregos, ser um médio ou grande empresário, ser um profissional liberal de destaque, enfim, estar entre os 1% de bebês bem nascidos do mundo. A classe C é pragmática e eles são maioria: a necessidade faz com que eles sejam assim. As mulheres que já são pragmáticas por natureza estão cada vez mais pragmáticas, mandando em tudo e em todos. Dizem que o próximo passo é buscar o estudo em Universidades de ponta, o que vai acontecer com o programa de cotas. Pela lógica vão então buscar os empregos nas multinacionais, que será uma consequência da obtenção das vagas nas Universidades de ponta, alguns vão conseguir ser empresários o que sempre aconteceu, mesmo sem instrução superior e profissionais liberais. É a música do Ultraje: mim quer toca, mim gosta ganhar dinheiro, mim want to play mim love to get the money. Para os comerciantes em geral dinheiro não tem cor e eles se adaptarão as mudanças. O Sírio e Libanês não se importa com a cor de quem entra lá e paga. A Pro Matre não se importa com a cor de quem entra lá também. A lógica de crescer pelo próprio mérito: eles só tem  essa possibilidade, não se admira que eles defendam essa alternativa. Os que são bem relacionados tem seus contatos para conseguir emprego, negócios e renda, ou seja, a indicação. É o mesmo caminho de sempre, que já foi percorrido antes pelos imigrantes em toda a América. Tudo gira em torno da economia: tem compra o que e quanto paga por isso. Essa gente nunca comeu melado, não tem conhecimento, são todos São Tomé, pragmáticos, onde o abstrato não existe, onde os prazeres da alma não chegam.  

4 comentários:

Van der Camps disse...

Quem é a elite aristocrática tradicional ? São os ricos de épocas idas, que enriqueceram em outras circunstâncias mercadológicas,sociais, econômicas, financeiras. A situação muda e as riquezas vão passando de mão em mão.

Van der Camps disse...

Quem paga manda ! Mesmo que seja uma estupidez a longo prazo pagando bem que mal tem. Escrúpulos, consciência ambiental, consciência social, nada disso importa frente a necessidade de obter lucro. Um empresário somente coloca em seu custo aquilo que ele pode repassar com lucro. Quanto mais lucro mais ele se adapta. É preciso estar alerta para modismos e exageros, no entanto.

Van der Camps disse...

Já sabemos que existe um processo em que os filhos da elite perdem essa posição: o pai foi a falência ou perdeu o emprego na empresa privada. Vive hoje das glórias do passado, porque tem o suficiente para viver com o mínimo de dignidade e não tem vontade ou forças para tentar recuperar seu status anterior. Os que se mantém são os que assumem com sucesso a posição dos pais, nos negócios ou em companhias de amigos ou então na profissão liberal.

Van der Camps disse...

Em São Paulo os preços dos serviços acompanham os bairros mas os produtos não seguem essa lógica, apenas os imóveis. Veículos seguem a lógica do mercado e a lei da oferta e da procura.