domingo, 6 de janeiro de 2013

Casamentos na década de 80

Meus amigos e eu nos casamos na década de 80. A década de 80 foi chamada a década perdida, porque o PIB praticamente não cresceu, o Brasil quebrou umas três vezes. Nessa década nós estávamos com idades entre 20 e 30 anos. Sabíamos muito pouco sobre emoções e menos ainda sobre mulheres. Essa era a regra na época. Acompanhei a resolução dos problemas mais proximamente de três amigos. Esses amigos e eu nos casamos com mulheres que tinham o mesmo grau de instrução formal que nós: 3 casaram com mulheres formadas em nível superior e um casou com uma mulher que nem completou o segundo grau. Todos tinham renda quando se casaram. Três foram morar em casas que pertenciam aos seus pais. Esses três moravam em São Paulo, onde os imóveis são muito mais caros que no interior. Um comprou um imóvel mais básico possível financiado no interior. Esse imóvel era um apartamento do tipo caixote, em um prédio de 4 andares sem elevador, quase na beira da rodovia, ou seja, bem longe do centro valorizado. Eu fui o único que reformou durante 9 meses a casa em que fui morar. Nessa reforma fiz tudo o que eu queria do meu gosto. Quanto as mulheres, duas resolveram seus problemas profissionais passando em concursos públicos. Uma vivia desempregada e outra casou grávida, sendo que seu marido resolveu patrocinar seu estudo, até que ela terminou o segundo grau e se formou no nível superior. Observe que o começo de todos foi difícil. Mesmo formados em nível superior, em carreiras valorizadas socialmente, como engenharia, os salários iniciais e a situação econômica-financeira do país não permitia uma vida maravilhosa. Observe também que as mulheres dividiam-se em previdentes e imprevidentes basicamente. Todos casaram-se tanto no civil quanto no religioso e em todos os casos houve festas. Podemos perceber que eram pessoas de classe média, com mulheres de classe média baixa em alguns casos. Aqui temos a regra das mulheres valendo: elas se beneficiam de melhorar de classe social ao se casarem. Essas quatro casamentos evoluíram para 7 filhos e posteriormente para dois divórcios. Todas as quatro mulheres tiveram filhos. As duas que se divorciaram nunca mais tiveram filhos, embora uma delas tenha tentado segundo relatos. 

Um comentário:

Van der Camps disse...

Puxando pela memória, vejo que muitos primos e primas não nos convidaram para seus casamentos. No interior fomos convidados para todos. As condições financeiras dos parentes do interior eram melhores. O último casamento em que fui foi em 2008. Aqui ambos trabalhavam, tinham nível superior, compraram um apartamento provavelmente financiado e tinham um carro bom na garagem. Imagino casamentos cada vez mais tardios, com muito mais dinheiro e acertos financeiros entre os cônjuges. Muito mais pragmáticos, portanto.