domingo, 6 de julho de 2014

A engenharia, os estudantes e o mercado

Houve uma ou duas décadas perdidas para os engenheiros aqui no Brasil. Foram as décadas de 80 e 90 mais ou menos. Empregos para engenheiros nas suas respectivas áreas de formação dependem do governo e de obras de infra estrutura. Quase todos engenheiros são assalariados e trabalham em grandes empresas e são responsáveis técnicos por grandes obras que são o resultado de grandes investimentos, muitas vezes de maturação demorada. Ou seja, engenheiros são pessoas em geral sérias que não podem ser convencidas por marketeiros, por exemplo. Nessa época haviam 150 escolas de engenharia no Brasil. Como não existe uma prova do tipo exame da ordem dos advogados para os engenheiros, a qualidade dos formandos pode variar muito. Assim sendo temos engenheiros e engenheiros. Além disso é preciso exposição a prática e nada pode substituir a experiência. É por isso que o apagão de empregos para engenheiros na década de 80 e 90 levou hoje a uma lacuna de engenheiros com 35 a 59 anos no mercado, com formação e experiência relevantes para assumir grandes responsabilidades e liderar projetos. Os engenheiros são sempre contratados para liderar projetos e liderar projetos é difícil pela sua própria natureza, sujeito a todo tipo de problema e em geral altamente desgastante, já que é preciso pensar em tudo. Como seria bom um mundo ideal onde os engenheiros fossem bem formados, conseguissem empregos em empresas prósperas, encontrassem um ambiente acolhedor nessas empresas e pudessem se desenvolver e florescer profissionalmente. 

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