Uma reportagem recente detonou alguns carros como sendo difíceis de serem consertados pelos mecânicos independentes. Os carros detonados pertencem as marcas francesas e a Ford. Coincidência ou não são as menos tradicionais e que menos vendem carros aqui no Brasil. Quem mora em São Paulo capital sempre acha peças e bons mecânicos que consertem esses carros, o problema é que o preço do conserto em geral é mais caro. Os últimos três carros que vendemos foram para pessoas do interior de São Paulo. Todos eram de marcas tradicionais e modelos entre os mais vendidos. Portanto, mesmo comprando o modelo mais vendido de marcas com pequena participação podemos ter surpresas desagradáveis. Fica sempre o dilema: comprar o que se gosta e sofrer na sua manutenção e futura transferência ou então comprar uma commoditie por ser padrão e economizar dinheiro, tempo e aborrecimentos. Interessante notar que problemas ocorrem mesmo com marcas que investem bilhões para abrirem uma fábrica aqui no Brasil: esse investimento inicial não garante grande participação no mercado porque existe necessidade de treinar mecânicos, abrir concessionárias, erguer centros de distribuição com toda complexidade de manutenção de estoque (que eu acompanhei no CESD Kodak). O mercado lutando contra a tradição e a força do governo !!!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
7 comentários:
Matéria que achei na net sobre a Renault diz que 80% das peças dos carros produzidos no Brasil são nacionais. Além disso ele tem um grande investimento em logística. Será que os mecânicos reclamam porque os carros são modernos e sofisticados e eles não tem competência técnica para consertá-los ? Pode ser exatamente isso que acontece na prática. Mecânicos das autorizadas podem ser treinados pela fábrica. Mecânicos independentes tem de aprender na prática as vezes por tentativa e erro. Talvez não tenham acesso aos manuais técnicos e demais informações que as fábricas não abrem.
Imagine consertar um carro importado sofisticado que custa R$ 130 mil ? Você acha que alguma boca de porco conseguiria conserta um carro desses ? É exatamente por isso que vemos tantos carros desse tipo abandonados pelas ruas de São Paulo: a manutenção muito cara simplesmente mata a possibilidade de manter um carro desses.
São os desafios do novo. O Olavão me falou das dificuldades de efetuar pequenas mudanças no seu processo produtivo e das dificuldades que ele enfrenta com fornecedores. É mais ou menos assim: abra bem os olhos e veja o que a pessoa já fez bem feito e se satisfaça com isso, porque fazer mudanças ou melhorias podem ser simplesmente impossíveis de serem implementadas.
Esse fato decorre da baixa instrução e capacidade cognitiva da maior parte da população brasileira, incluída nela os mecânicos. É por isso que não consertamos muitos produtos quando quebram: simplesmente tornou-se inviável.
Consertos mecânicos podem custar pequenas fortunas. Para as batidas temos o seguro. Assim que termina a garantia estamos a mercê de que algo mais dispendioso aconteça. Eu me lembro quando reclamei do preço do filtro de ar e de óleo do meu ex focus. Recebi a resposta do meu fornecedor que esses filtros tinham muito pouca saída e por isso eram caros. Tive de me calar . . .
Carros aqui no Brasil representam muita despesa mas não temos alternativa já que não vivemos sem carro. É um assunto que me fascina e sobre o qual estou sempre aprendendo mais e mais. Depois de atingir um ápice em termos de carro veio a decadência e ela parece que vai continuar . . .
Uma grande lição que aprendi foi sobre o preço de um carro e a qualidade das peças que o compõe: não é por ser caro que um carro é necessariamente feito de peças mais resistentes. Aqui entram os frotistas, que compram carros baratos já que serão descartados com regularidade e frequências altas.
Postar um comentário