Quando o egoistão é o pai

Acompanho um caso em que um certo sujeito é muito egoísta. Ele acabou se casando , afinal egoístas também se casam e por motivos egoísticos. Acontece que contra a vontade do sujeito a mulher engravidou e teve o filho. Agora a situação do egoísta se complicou: além de ter de dividir as atenções da mulher com o filho, também tem de dividir o dinheiro, que ele obviamente queria apenas para ele. Preocupado com seu futuro e sua aposentadoria o sujeito quer juntar o máximo de dinheiro, comprar imóveis para receber renda de aluguéis. Esse é o jeito mais antigo de obter uma renda para a aposentadoria aqui no Brasil: ter uma carteira de imóveis alugada. Só que para a desgraça do sujeito egoísta o filho tem mãe. E uma mãe moderna, que sabe que as oportunidades do filho estão condicionadas ao investimento que fizer nele. Uma mãe que trabalha e que provavelmente ganha até mais que o sujeito. As mães de antigamente eram subordinadas aos seus maridos. Isso já não acontece mais. Existe uma nova composição de forças em jogo. Filhos não estão mais sujeitos a pais despóticos e autoritários como antigamente. Deus escreve certo por linhas tortas. As vezes pais desse tipo são afastados da família por decisão da mulher ou por intervenção divina e deixam seus bens materiais, que tanto buscaram em vida, para sua mulher e filhos. A opressão e as privações que um sujeito desse pode proporcionar aos seus filhos não é pequena. Filhos que poderiam ser brilhantes ficam pelo caminho, com seu futuro inviabilizado por falta de investimento neles mesmos no momento necessário. Isso sem contar eventuais sequelas de fundo mental/emocional.