Fiz uma conta rápida, provavelmente não exata é claro e cheguei a um valor aproximado do equivalente ao meu primeiro salário nos dias de hoje. Salário mudam com o tempo pois estão sujeitos a muitas variáveis não controláveis pelo indivíduo. Mais importante que saber o salário inicial é saber se existe emprego para a profissão em questão. Nas áreas onde existem mais formandos que empregos em geral só consegue emprego quem tem uma carta na mão, que é uma indicação ou garantia de emprego. Existem razões estruturais para haverem mais formandos em determinadas carreiras que em outras. Existem barreiras que não são facilmente transpostas de modo que certas carreiras sempre terão mais formandos que empregos disponíveis. Carreiras difíceis e com elevado custo pessoal e financeiro tendem a formar menos pessoas. No entanto nem sempre um pequeno número de formandos é garantia de emprego. Novamente depende da demanda social por aquele trabalho. Por outro lado, obrigar um indivíduo a fazer o que ele abomina apenas porque existe emprego não é solução: essa pessoa será medíocre e o mercado, mesmo tendo muitas vagas, a irá rejeitar. O inverso também pode acontecer: uma pessoa com formação distinta, não se adaptando a sua função por qualquer motivo, pode migrar, dentro de uma grande empresa, para uma função onde seu desempenho seja bom, aperfeiçoando-se com cursos complementares. Uma solução intermediária é fazer o que se gosta e ganhar pouco. Nesse caso é necessário adorar o que se faz, para compensar as frustrações e limitações que um salário baixo irão lhe acarretar para o resto da vida. Como a maioria das pessoas em geral não gosta de fazer nada em especial, como posso ver nos meus sobrinhos, a escolha é feita meio a meio: meio o que se gosta com meio o que dá dinheiro e possibilidade de sucesso profissional. Pode ser feita também por exclusão: descartando-se o que não se suporta e filtrando sucessivamente até encontrar a solução para o problema. Não é incomum encontrarmos irmãos que tiveram o mesmo investimento parental com profissões distintas e rendimentos 10 vezes maiores ou menores aqui no Brasil. Essa é uma característica do Brasil e não acontece em países mais desenvolvidos. Como moramos no Brasil e não pretendemos emigrar é preciso se adaptar a nossa realidade.
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4 comentários:
Não podemos desprezar também as limitações pessoais: muitos querem ser médicos, podem até ter vocação, mas não passam no vestibular ou então limitações espaciais e financeiras: Posso passar em medicina mas não tenho como me manter por exemplo. Como eu disse as barreiras são muitas e é preciso coragem para escolher e vencer.
As mulheres não sofrem a mesma pressão que os homens para ganhar bem. Antigamente um homem precisava apenas ter um emprego, já que sua mulher não iria ter renda e a rende desse sujeito seria incensada como a maior da casa. Tudo seria resolvido com relação a essa realidade. Hoje em dia algumas mulheres resolvem trabalhar e conseguem algum sucesso e seu patamar muda. No entanto, se uma mulher não ganhar nada ou ganhar muito pouco não será criticada, já que a sociedade a aceita como tal e não a considerará uma merda. As mulheres são julgadas socialmente muito mais pelo marido que conseguem arrumar ou se conseguem arrumar um marido.
Quem vai escolher uma profissão dessas podendo ganhar R$ 15.000,00 iniciais em uma carreira pública ? Quem tiver o mínimo de condições irá para a carreira pública (excelente memória, nível de inteligência elevado, condições sociais, etc).
Passar 5 anos estudando em tempo integral, num curso difícil quando é possível ganhar muito mais com menos esforço. Para uma pessoa como eu foi um desperdício . . .
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