Nestes tempos estou interessado em comprar um carro novo. São tempos em que a indústria automobilística está com excesso de estoques, demitindo empregados, etc. Um incauto pensaria que os preços baixariam em uma situação dessas. Acontece o oposto: os preços podem até subir, desde que as vendas sejam feitas em parcelas "sem juros". É exatamente isso que está acontecendo já que 80% das vendas são feitas a prazo. Já no mercado de usados a coisa pode realmente ser diferente já que a lei da oferta e da procura entre particulares não tem normalmente a figura da financeira intermediando a transação. O mais engraçado é que os "inteligentes" que compram a prazo aqui no Brasil nem tem noção se são capazes de pagar ou não a prestação: deixam essa parte da transação para os peritos, autoridades e especialistas em crédito. O máximo que fazem é preencher várias fichas e submetê-las a vários bancos e financeiras. Ou seja, mesmo em se tratando de uma compra de valor elevado e com comprometimento elevado de renda futura muitas vendas são por impulso. E por trás dessa compra por impulso pode estar as maiores limitações emocionais, complexos de inferioridade, etc etc etc. Mesmo em se tratando de imóveis o que acontece é a mesma coisa. A pessoa em geral somente troca de imóvel porque precisa, tendo em vista os preços e dificuldades inerentes. E da mesma forma, as pessoas se apresentam nos estandes de venda onde estão os "demônios da HP" e os planos de financiamento pré-determinados, sem ter a mínima noção do que tem capacidade de comprar com sua renda. Essa é a regra do mercado, exatamente o oposto do Non Ducor Duco. É por isso que nunca comprei um imóvel na planta ou novo. É por isso que deverei comprar um carro novo de uma empresa com vendas pouco expressivas no mercado, que está interessada em vendar mais por menos.
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