sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Como negocia um São Tomé

Ontem tive uma "aula" de negociação com um "São Tomé". O São Tomé em questão é meu amigo e por isso pude explorar seus pensamentos e não somente o "visível". Ele me explicou que primeira faz um preço "ideal", ou seja, fundamentado em alguma referência que ele julga válida, como por exemplo os argumentos do "especialista", "perito" e "autoridade" sobre o comércio do bem em questão. Não faz pesquisas independentes, nem monitora as tendências do mercado. O próximo passo é "testar" o mercado, ou seja, anunciar o bem pelo preço sugerido pelo especialista, perito e autoridade. Aqui acontece o "milagre": como em geral o bem não é vendido pelo preço "sugerido" o São Tomé chega a conclusão que tem de baixar o preço. Nesse momento ele baixa o preço mas aos poucos. E faz esse processo interativo até achar o preço que o mercado está disposto a pagar pelo bem anunciado. Tudo muito racional mas trabalhoso e nem sempre eficiente ou eficaz. Eu prefiro ser bem mais prático: procura saber o preço que os outros conseguiram pelo bem e as ofertas que são concorrentes a minha. Ai faço um juízo de valor e vejo que tenho condições de oferecer um negócio melhor que meus concorrentes e então faço meu preço. Tudo o que vendi usado até hoje estava em excelente estado e mesmo assim somente consegui a venda fazendo um preço interessante para o comprador. Nunca me apareceu o comprador avoado e mão aberta que não liga muito para o preço do que está pagando. Talvez essa figura exista em outro tipo de comércio, como por exemplo mulheres que compram bolsa e sapatos por impulso . . .

Um comentário:

Van der Camps disse...

São Tomés não compram pela internet. Não tem condições de avaliar um produto pela tradição do fabricante e pela ficha técnica. Das quatro pessoas com quem tenho mais contato todas agem da mesma maneira, que considero ultrapassada e custosa. Todos querem por a mão no produto antes de comprar. E acham que estão certos e que são muito inteligentes . . .