Hoje li um artigo que diferencia classe social de classe econômica. Classe econômica está relacionada a renda. Um morador da favela, analfabeto mas com renda elevada pode ser considerado da classe econômica B mas nunca da classe social B. A classe social está associada a profissão exercida que por sua vez está associada ao nível de educação formal que a criatura conseguiu. Portando estamos observando pessoas de classe social inferior ascender economicamente mas não socialmente. A ascensão social seria mais lenta e demoraria mais tempo para ser atingida. Da mesma forma observamos pessoas de classe social mais elevada serem empobrecidas pelas dificuldades enfrentadas no mercado de trabalho. Então temos pedreiros ricos e advogados pobres, por exemplo. Por trás dessa realidade existem faculdades particulares e publicas que não ensinam nada a seus alunos, de forma que de cada 10 formandos em nível superior apenas 2 são realmente competentes. Um bom indicador da sua classe social é o grau de instrução alcançado por seus antepassados. Uma família onde há três gerações o pai de família tem nível superior é socialmente mais significativa que uma onde o filho é o primeiro a conseguir o diploma de nível superior. Da mesma forma, mais relevante ainda é a família onde não só o avô e o pai tem nível superior mas também a mãe pelo menos. A inteligência está relacionada ao mais alto nível de educação formal que você conseguiu na sua vida. Por isso em uma análise mais profunda é preciso analisar os antepassados de uma família para avaliar a sua classe social e não apenas ater-se a classe econômica atual.
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5 comentários:
Uma família pode subir ou descer econômica ou socialmente. Poderíamos dizer até culturalmente. Meu avô sabia ler. Talvez escrever mas nunca o vi escrever nada. Meu pai conseguiu estudar e formou-se advogado. Eu sou engenheiro e tenho pós graduação e minha filha será médica se Deus quiser. O social é determinado pelas trocas intelectuais e físicas. O econômico e financeiro é o resultado dessas trocas.
Pelo lado materno meu avô era redator de jornal. Obviamente sabia escrever e bem. Minha mãe é professora. Nossa classe social era boa, portanto. A classe econômica dos meus pais também mudou para melhor. A minha seguia na mesma direção mas foi interrompida, infelizmente. Estudar dá trabalho, exige dedicação e esforço e priva a pessoa de ganhar mais imediatamente. Trata-se de uma aposta no futuro que em geral somente aqueles que tem o apoio da família, na forma de tempo e dinheiro conseguem realizar.
A maior parte dos empresários bem sucedidos atingem uma classe econômica e social superior pelos contatos e relacionamentos que estabelecem. É muito comum mandarem seus filhos estudarem aquilo que eles mesmos não estudaram. Já empregados graduados no governo ou em grandes empresas normalmente tem um background educacional bem mais elevado, pela própria exigência do empregador para acessar esses cargos.
Esse background elevado pode contemplar ou não capacidades gerencias e de relacionamento. Existem muitos que são apenas tecnicamente competentes e isso lhes basta para manter o emprego.
O pobre está muito preocupado em sobreviver. Não tem noção de realidades mais sutis, Seu mundo é concreto e não abstrato, objetivo e não subjetivo. Capital simbólico para ele é um palavrão. Classe para ele é a classe econômica e estudo é o profissionalizante. Artes, filosofia, teologia, atividades intelectuais: tudo isso não existe na sua essência mas somente na sua utilidade.
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