sexta-feira, 18 de abril de 2014

A Bruxa, o herói e o valentão

Estou lendo um livro de uma terapeuta de casais junguiana feminista. Ela através de uma lenda medieval conta como a bruxa se apodera das mulheres na meia idade, de como muitos homens assumem o papel de heróis e de como podem se tornar valentões.  Quando a história não termina bem em geral acontecem separações dos casais com os prejuízos que todos conhecem porque se os casais se dessem bem e não tivessem conflitos superariam as crises com facilidade e nunca se separariam. A bruxa é a mulher insatisfeita basicamente a qual ninguém consegue satisfazer. É a mulher casada com filhos, dividida entre o trabalho remunerado e a dedicação ao lar e aos filhos e marido. A bruxa exige ter autoridade sobre si mesma, ser reconhecida como importante, enfim ser valorizada pelo seu feminismo. O mundo dos homens tradicionais não valoriza o feminino. O homem se afasta do lar e das relações emocionais que se desenvolvem nesse ambiente. Não custa lembrar que a emoção é ligada aos signos da água, que tanta confusão causam. A bruxa pode emergir antes da meia idade mas é mais raro. Na meia idade acontece de a beleza da mulher estar se esvaindo bem como o medo de envelhecer cresce como um fantasma ameaçador. Mulheres que sempre foram valorizadas por sua beleza e juventude, na meia idade tem um renascer do animus, passando a estudar, abrir empresas, arrumar emprego. Já o homem tem um renascer da sua anima, passando a valorizar menos as recompensas externas de status, dinheiro e poder, enquanto aumenta sua competência emocional e interesse pelos outros. Esses movimentos são arquetípicos e aparentemente muito comuns, senão comuns a todas as pessoas. Como seria bom se todos tivessem o conhecimento desses arquétipos já na juventude, através da reflexão. Tantos divórcios poderiam ser evitados, tantos conflitos mal resolvidos e tanto desperdício e sofrimento idem. 

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