O pai ideal para o filho

Existem filhos e filhos. A maioria deles somente faz o que tem de ser feito "empurrados". Poucos conseguem extrair prazer verdadeiro do que fazem, seja estudar ou trabalhar. A maioria vive em uma espécie de limbo, com fugas de toda e qualquer responsabilidade. O Olavo tem um ditado que diz: quando um faz o outro encosta. Provavelmente existem razões atávicas para isso: ninguém vê um macaco fazendo ginástica ou um leão fazendo Cooper. Alguns poucos filhos tem uma libido muito elevada, um desejo imenso de conhecer, aprender, fazer, evoluir. Mesmo esses desejos podem ser uma reação neurótica, ou seja, o jeito torto de buscar progresso e evolução, uma forma reativa, fundamentada na máxima de que a necessidade é a mãe de todas as virtudes. A maior de todas as virtudes é a coragem. Coragem para expor-se a riscos. Coragem para fazer o que é certo mesmo que não seja o mais conveniente. Para um filho desses, corajoso, um bom pai poderia lhe facilitar a vida no começo da competição feroz que nosso sociedade impõe. Um filho bem resolvido, que entrou na melhor universidade do país, que escolheu sua profissão conscientemente, que amadureceu emocional e intelectualmente, poderia ser premiado com uma boa casa, um bom carro, uma boa vida. Ele estaria colocando seu filho em melhores condições de competir com os demais concorrentes. Poderia encontrar uma boa esposa e companheira. Poderia formar uma grande família e dar netos saudáveis e equilibrados a esse pai. Poderia ganhar muito dinheiro, multiplicando a ajuda inicial recebida. Seria um investimento altamente rentável, em termos econômico-financeiro e principalmente humano. Que pai faz isso ? Vemos pais castradores, egoístas, que invejam muitas vezes seus filhos, incapazes de serem generosos. Esses pais acham que são os melhores do mundo, que estão fazendo o que seus pais lhes ensinaram e tratam todos de forma igual, ignorando a individualidade de cada um. Tratar cada um segundo suas necessidades é algo que muito poucos pais sabem fazer.