segunda-feira, 26 de março de 2012

Nunca recebi um convite inocente e desinteressado

Nunca recebi um convite inocente e desinteressado na minha vida. No emprego não seria razoável esperar por um convite desses. Na família também nunca surgiu um convite desses, algo como: passa lá em casa porque eu gosto de você e quero sua companhia. Entre os amigos, houve convites para sociedades em empreendimentos altamente incertos, de alto risco, ou seja, perigosíssimos. Nunca me convidaram para uma "peixada", que é aquele negócio tranquilo, de retorno assegurado, que todo mundo gostaria de fazer. As promoções no emprego foram concedidas após muito trabalho e poucas (ou nenhuma) falhas. Assumi o cargo de síndico quando ninguém estava interessado (ou preparado). Realmente não sou alguém popular. Poderia almejar algum posto na Fraternidade mas acho que isso também ficou inviabilizado. O último convite veio da minha namorada para trabalhar em Jales. No fim, fiz da minha vida algo o mais independente possível, sempre com uma alternativa em caso de necessidade de trocar de fornecedor. Meus clientes são minha namorada, meus amigos e minha família. Em compensação já fiz muitos convites inocentes e desinteressados . . .

Um comentário:

Van der Camps disse...

Sou a pessoa mais desinteressada que eu conheço. Mesmo na Fraternidade existem interesses e vaidades. As famílias são exemplos do inferno na terra, com todo tipo de interesse. E era provavelmente uma das mais inocentes. Por isso entrei em tantas geladas. Vou escrever um epitáfio igual ao do Osho: Estive de visita a terra entre 07/11/1964 e . . .