quinta-feira, 22 de março de 2012

Lumpesinato, trabalhador e intelectual

Na base temo o lumpesinato: aqueles que não tem renda capitalista nem renda do trabalho. Renda do capital é para poucos. Renda do trabalho em teoria seria para todos. Em teoria, em uma situação ideal, todos poderiam trabalhar. Os doentes ficariam sem trabalhar até estarem novamente aptos e caso fiquem incapacitados seriam aposentados. Para trabalhar o indivíduo seria preparado pela família e pela sociedade, através da escola. Com bastante estudo o indivíduo seria mais produtivo, porque erraria menos, criaria menos conflitos com outros indivíduos, com as normas e as leis. O trabalho seria a fonte de tudo de bom: o indivíduo aprenderia, seria útil para a sociedade, produziria algo para os outros, teria dignidade, sua auto estima seria aumentada. Alguém que estudasse estaria se preparando para decisões de maior envergadura, mais complexas e de maior impacto. Os gestores, os diretores, os gerentes e supervisores teriam de ser preparados, para serem bons líderes, para que observassem vários aspectos ao mesmo tempo bem como implicações futuras de ações tomadas hoje. Esses seriam os intelectuais que colocariam seus conhecimentos em prática. Só que existem outros intelectuais. Aqueles que tem prazer em sempre aumentar seus conhecimentos, pesquisadores, eruditos, professores, pessoas de notório saber. Esses em geral tornam-se professores universitários. Quando fazem pesquisas úteis ainda tem muito mérito. Muitos são vaidosos com o seu saber e com as láureas e títulos conquistados. Conhecimento aplicado vira sabedoria. O interessante é que, por algum motivo, essas categorias de pessoas se estranham. Pessoas que não gostam de estudar muitas vezes gostam de por a mão na massa. Pessoas que não gostam de estudar nem trabalhar vivem de patrimônio acumulado pelos antepassados ou então parasitam alguém. Pessoas que gostam muito de estudar podem ser teóricas demais para serem entendidas e valorizadas. Todos procuram um lugar no mundo.

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