Recentemente li uma tese de doutorado com esse título. Interessante notar que o municipio de São Paulo tem quase 11 milhões de habitantes e a região metropolitana 20 milhões. Com esse tamanho é razoável esperar que existam colégios para os filhos dos muito ricos e também para os não tão ricos assim, que no entanto procuram educação de qualidade. Cada colégio tem um público (ou clientela) e uma filosofia. Li a tese, que embora não citasse nominalmente os colégios, permitiu pelos dados descritos saber que se tratavam do Colégio Bandeirantes, Colégio Santa Cruz e Colégio Agostiniano Mendel. Interessante notar que também li uma outra tese, feita com o mesmo objetivo (analisar os colégios da elite) mas que focou tempos mais antigos, quando os ricos ainda estavam ligados a oligarquia rural e a industrialização (décadas de 50, 60 e inicio da década de 70). Essa outra tese acompanhou a vida de vários alunos, através de vários anos, nos aspectos educacional, profissional, social e até matrimonial. Minha relação com esse assunto é um pouco mais íntima do que pura curiosidade intelectual, pois estudei no Colégio Bandeirantes de 1979 a 1981 (antigo segundo grau - atual ensino médio). Até hoje fui o primeiro e único membro das famílias Campos e Guadagnini que estudou nesse colégio. Não foi fácil . . . o colégio era muito exigente e tinha por princípio o pragmatismo e a competição aberta entre os alunos, pelo melhor desempenho acadêmico. O objetivo era passar no vestibular, preferencialmente nas mais conceituadas universidades existentes (USP, ITA, FGV, Paulista de Medicina - UNIFESP). Até hoje esse é o objetivo principal do colégio e esse objetivo tem sido atingido ano após ano, já que o colégio é reconhecidamente o que mais aprova alunos nessas escolas conceituadas. Eu mesmo sou um exemplo disso, já que fui aprovado para cursar engenharia na Escola Politecnica da USP, em 107 lugar, entre mais de 10.000 concorrentes (fiquei entre os 1% melhor classificados). Devo dizer que foi um trabalho de equipe: bons alunos, vindos de familias com boa estrutura e que valorizavam o estudo e bons professores/bom colégio. Devo também dizer que tudo isso foi fundamental para conseguir terminar o curso na Escola Politecnica, tarefa também desafiadora, pelas dificuldades inerentes ao curso de engenharia que é ministrado lá (40% dos meus colegas simplesmente desistiram ante essas dificuldades). Quanto aos outros colégios citados, somente posso repetir o que foi escrito na tese pois não estudei neles, nem tenho amigos próximos que o fizeram. Basicamente o Santa Cruz é destinado a elite mais rica e tradicional (que é elite a mais tempo), explicado até mesmo pelo sua localização, no bairro do Alto de Pinheiros, que tem, por exemplo, o maior IDH da capital, quiça do Brasil. Já o Agostiniano Mendel é um colégio confessional, dirigido por padres jesuítas se não me engano, que procura seguir o modelo do Bandeirantes, mas, ao contrario do Bandeirantes, utiliza-se de uma disciplina rígida onde o aluno é "monitorado" permanentemente. Aparentemente os próximos familiares a estudar no Bandeirantes serão meus sobrinhos(as): Cesar, Flávia e Claudia. Ficarei aguardando e torcendo para que eles também sejam bem sucedidos.
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2 comentários:
A Flavia fez Colégio Etapa é foi bem sucedida no vestibular. O Cesar terminou o Colégio Bandeirantes em 2013 e a Cláudia está agora em 2014 no segundo colegial do Bandeirantes.
O Cesar era da segunda turma de biológicas e a Cláudia é da segunda turma de exatas. A Claudia tem uma média semelhante a que eu tinha 34 anos atrás e aproximadamente a mesma classificação. Sua carga horária é semelhante a minha passados 34 anos, com aulas de laboratório um dia a tarde por semana.
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