sábado, 13 de setembro de 2008

Eleições em uma cidade como São Paulo

Existe um banco de dados muito detalhado no site do SEADE sobre as últimas eleições (desde 1998). Pela análise desse site, em conjunto com um trabalho feito pela Folha de São Paulo, que colocou uma breve descrição do perfil de cada candidato a prefeito e a vereador e um link para a página no TRE do candidato, podemos ter uma boa idéia do que significa uma eleição aqui em São Paulo. São 55 vagas de vereador e um orçamento de 25 bilhões para o prefeito administrar. O número de candidatos a vereador é de centenas. O número de votos necessários para se eleger vereador, dependendo da votação no partido (a votação é proporcional) deve ser de cerca 40.000. Ora, para conseguir 40.000 votos o candidato tem de ter sido necessariamente exposto na mídia. Por isso não é de se admirar que tantos jogadores de futebol e artistas tentem se candidatar. Temos o caso emblemático do Sr Clodovil Hernandes que conseguiu 479.000 votos. Outras possibilidades estão em sindicalistas, como Paulinho, Vicentinho e o próprio Lula, que foi deputado federal por um mandato se não me engano. Ser do sindicato tem tudo a ver com politica. Outros políticos de hoje foram líderes estudantis, em uma época que os estudantes eram altamente politizados. No meu tempo de universidade, com exceção do pessoal do Largo São Francisco (do curso de direito), que tem uma vertente quase natural para a política, pouco se falava do assunto. Tivemos também uma leva de engenheiros que tornaram-se prefeitos e governadores, alguns na época da ditadura e outros com passagem pelas secretarias de obras públicas, como Mário Covas. Resumindo: Não basta ter um bom currículo. Para ser eleito é preciso ser conhecido acima de tudo. Veja o exemplo do Enéas, que se elegeu várias vezes. Ou como dizem que o Maluf falava: Falem bem ou falem mal, mas falem de mim !

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