Temos enfrentado situações familiares onde a ignorância tem se mostrado de forma clara e inequívoca. Existem histórias várias, como a do tio que perdeu uma fortuna ao passar o comando dos negócios a primos ineptos ou a do primo que ficou parado no tempo e também perdeu dinheiro em uma sociedade com o cunhado. Temos o caso da minha filha, criada por avós de duvidosa capacidade (já erraram na criação dos próprios filhos). Agora outras questões estão emergindo: o tio que tem alzhaimer (desculpem mas não sei escrever essa palavra ainda) cujos rendimentos estão sendo recebidos não se sabe por quem e a tia que não tem muito tempo de vida, que não sabe disso (aparentemente) e que é teimosa quem um burro. Por fim existe o caso de mais uma tia, que já não fala e dá mostra de sinais claros de demência, que é assessorada por uma prima, prima essa que também é um osso duro de roer, e que, para prejuízo da minha tia, pensa que poderá movimentar a conta corrente da tia através da impressão digital dela. Em se tratando de assuntos de familia, meu pai conseguia ser aceito pelos seus familiares e todos aceitavam os seus conselhos. Agora que ele está morto, cada um mostra a sua cara, através das bobagens que fala. Eu tento ajudar mas muitas vezes minhas ponderações não são aceitas e é nessa hora que vejo o quanto minha vó tinha razão quando dizia: Na sua casa cada um manda. Ou como me ensinou meu pai: Você não paga as minhas contas e eu não pago as suas, então cada um na sua. Acontece que eu tenho um interesse quase científico com relação aos parentes. Uma curiosidade intelectual. Parecida com aquela que um psicanalista tem com seus pacientes. Eu tenho um real interesse por eles mas muitas vezes só posso observar. Ouço o que eles dizem e ouço muitas bobagens, daí a ignorância do título. A teimosia é quase uma consequência da ignorância: caso o ignorante não fosse teimoso, escutaria o que outros lhe dizem, ponderaria, ou procuraria se informar, e, então, mudaria seu ponto de vista, ilustrando-se. Aprendi, inclusive por força da profissão que exerci, a de auditor, que a maioria dos problemas acontecem nas "interseções" ou nas passagens (de informações, dinheiro, dados) entre as pessoas ou nas trocas de pessoas e/ou fornecedores. Para que essas transações funcionassem era preciso competência por parte das pessoas envolvidades e boa comunicação, ou seja, que as pessoas falassem a mesma lingua e se entendessem. Estamos numa fase familiar em que essas "transações" estão em andamento, com tios e tias idosos, sem filhos, necessitando passar adiante seus bens, rendimentos e a própria responsabilidade sobre si mesmos. É portanto um momento delicado e como aprendi ao longo da vida, sujeito a todo tipo de problema. Poderia ser diferente mas infelizmente não é essa a realidade. Precisamos de bons administradores, honestos e competentes, que queiram doar-se para cuidar de nossos tios e tias. Quem se habilita ?
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Um comentário:
O medo que é fruto da ignorância também se mostra como teimosia. Os problemas citados se resolveram naturalmente não dá melhor forma possível mas do jeito que aconteceu (estamos em Novembro de 2014). A ignorância continua viva entre nós e tem até aumentado.
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