quarta-feira, 20 de abril de 2011

A Auditoria Interna no Brasil

O espaço da Auditoria Interna no Brasil deve estar diminuindo cada vez mais. Primeiro por razões culturais: os altos executivos em geral não gostam de auditores porque os auditores irão contar os podres das gestões deles para todo mundo. Segundo porque a função pode ser boicotada pelos auditados e seus resultados podem parecer pífios, levando os altos executivos a acharem que as despesas com auditoria interna são desnecessárias. O auditor externo sempre terá emprego, enquanto existirem empresas com ações na bolsa de valores. Qual o mercado de trabalho que restará ao auditor interno ? Basicamente fundos de pensão, fundações, camaras de comercio de commodities (como a camara de comercio de energia eletrica) e alguma empresa privada onde o dono queira um fiscal para as filiais e demais áreas em que ele não pode fiscalizar pessoalmente. No caso dos fundos de pensão temos dinheiro de muitos, administrado por um quase síndico. Esses muitos são como acionistas do fundo de pensão, no entanto, o fundo não tem ações na bolsa. Existe aqui um interesse difuso. Fundações são outro lugar para auditores internos. Isso porque, de novo, o dono do dinheiro morreu e não pode olhar ele mesmo pelo seu adequado uso. Aqui o auditor será o fiscal da vontade do falecido, em uma função parecida com a do promotor publico. Camaras de comercio fazem leilões de algum ativo. Aqui temos a função de fiscalizar a publicidade do leilão e sua correta execução. É como acompanhar uma licitação ou sorteio. O auditor nesta função está ali para dar creditibilidade e transparência ao processo. Finalmente no caso do empresário que contrata o auditor, para fiscalizar o que ele não consegue fiscalizar pessoalmente, temos uma espécie de inspetoria. O auditor será os olhos e ouvidos do rei. Como podemos observar, em algumas funções o papel do auditor interno é valorizado e em outras nem tanto. Aqui no Brasil é muito diferente dos Estados Unidos, onde a cultura de ter alguém auditando é muito mais valorizada. Isso acontece porque os americanos sabem fazer conta e descobriram que a economia advinda das fraudes que são evitadas e detectadas precocemente pela auditoria interna é muito maior que o dinheiro gasto com os auditores.

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