segunda-feira, 18 de abril de 2011

As minorias e a auditoria

Lendo o livro "Pull" e refletindo sobre capital social e mentores, cheguei a conclusão que o fato da Auditoria ter tantos chefes oriundos de minorias não foi mera coincidencia. Particularmente aqui no Brasil e talvez no mundo, ouso pensar, a função de Auditoria não é muito bem vista pelos altos executivos. Eles preferrem quem faz acontecer ao invés de quem aponta o que precisa ser melhorado. Acho que isso tem a ver com a função de criticar, já que poucas pessoas gostam de serem criticadas. A maioria prefere os elogios. Uma vez perguntamos ao CEO que tinha passagem pela Auditoria o que ele tinha feito para chegar aonde tinha chegado. Ele respondeu: saí logo da Auditoria. Hoje sei que ele não estava brincando. Então, aqueles que não tinham padrinho, mas tinham muita vontade de progredir e eram vitimas de algum preconceito social, foram alvos perfeitos para irem para a Auditoria. Assim tive chefes homossexual, mulher e negro na Auditoria. Era sintomático que esses chefes eram os únicos gerentes pertencentes a essas minorias entre todos os demais executivos. Aparentemente a estrutura social das empresas podia suportar essas minorias somente no cargo de executivos da Auditoria. Deve haver alguma explicação até psicanalitica para que isso tenha acontecido. Algo como pessoas de minorias terem de serem melhores e mais certinhas para obterem o mesmo reconhecimento que os "normais". Eu mesmo era um "estranho no ninho" por ser engenheiro em uma função de auditor.

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