quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

As armadilhas do endividamento em moeda estrangeira

Aconteceu com o Brasil na década de 70: os juros externos eram baratos e o Brasil pegou bilhões de dólares emprestados para fazer o "milagre brasileiro". Isso era necessário porque nossa poupança interna era baixa e portanto nossa capacidade de investimento tambem era baixa. A ideia era pegar o dinheiro e criar condições para um desenvolvimento sustentável, da mesma forma que alguém pega um empréstimo para um negócio e com o lucro do négocio consegue pagar o empréstimo e ainda ter lucro, gerando desenvolvimento, emprego, impostos e bem estar social. A história mostrou que isso não aconteceu e por conta do aumento dos juros na década de 80 (eles eram flutuantes) o Brasil quebrou duas vezes externamente e uma vez internamente. Ninguém controla o cambio em países periféricos como o Brasil. Não somos uma Alemanha ou uma Inglaterra, onde a paridade do câmbio fica a mesma por décadas. Esse fato agrega mais um fator complicador ao tomarmos emprestimos no estrangeiro. Essas armadilhas da moeda estão acontecendo com a Europa, onde temos os primos ricos e os primos pobres, atualmente amarrados por uma moeda comum. A soberania de um pais está relacionada a ter uma moeda própria, bem como uma política fiscal e monetária. Um país que adota uma moeda comum abre mão desses instrumentos. Como conseguir união de interesses entre nações tão diferentes ? Um Ingles pensa diferente de um alemão que pensa diferente de um Francês que pensa diferente de um Italiano. As produtividades dos empregados desses países tambem são diferentes.O passado desses países, seus recursos, tudo é diferente. A grosso modo as famílias são assim: cada uma com suas idiossincrasias, suas virtudes e seus podres . . .

3 comentários:

Van der Camps disse...

Essas decisões de macroeconomia podem condenar uma geração a pobreza, por conta de gastos feitos pela geração anterior. É uma herança maldita e pode gerar revoltas e mudanças de governo, bem como leis espúrias de todo jeito. No Brasil gerou a inflação, que era um modo de transferir renda de muitos para poucos. Todos gostam de gastar e de mandar a conta para os outros pagarem. Todos gostariam de fazer filhos e deixar para os outros a responsabilidade de criá-los bem educados e bonitos.

Van der Camps disse...

As pessoas sempre arrumam a cama para as que vem depois delas: aqueles que se aproveitam dos períodos de bonança para construir posições fortes em geral conseguem permanecer nelas com sucesso. Os que chegam depois, no período das vacas magras, enfrentam tantas dificuldades que muitas vezes não conseguem se recuperar nunca mais. São como as doenças: tem teve mais problemas de saúde provavelmente é mais fragilizado e poderá morrer mais jovem.

Van der Camps disse...

Países as vezes se comportam como empresas: quando estão por cima progridem e melhoram qualitativamente. Quando estão por baixo, tarefas que antes eram essenciais são rapidamente abandonadas, investimentos são adiados, infra-estrutura é sucateada, faz-se vista grossa a todo tipo de desvio, etc. Nas familias acontece algo parecido. Todos se adaptam, como previu Darwin. Não correm o risco de sucumbir (os países). As empresas correm esse risco. As familias são reduzidas a miséria, até que a doença as dizimem ou seus membros sejam presos por transgredirem a lei.