Podemos olhar no jornal o ranking dos livros mais vendidos. Tambem podemos fazer o mesmo no site da Estante Virtual. E o que descobrimos ? Descobrimos que auto-ajuda tem um ranking próprio e que os de não ficção são em geral leituras leves. Na Estante Virtual, se não me engano, temos livros didaticos e literatura que é pedida no vestibular. Os livros mais densos e complexos são comprados e lidos por universitários, a maioria das vezes porque são obrigatórios. Não é de se espantar com esses resultados, pois quase ninguem lê nem o jornal, que é muito mais barato e em teoria mais leve. Outro grande filão de livros são os religiosos, em particular os evangelicos. Sim. As pessoas leem muito livro evangelico. Não devia me espantar com isso, já que o primeiro livro editado foi justamente uma biblia. Logo, nosso mercado de livros é dominado não por prazer em ler ou matar a curiosidade com relação aos segredos da alma e do universo mas, por leituras obrigatórias, tanto por conta da Igreja (religião é o ópio do povo, segundo Karl Max) ou por conta da escola. O Lula resumiu bem: ler é chato !!!
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4 comentários:
Alguém que queira ser escritor aqui no Brasil não pode ignorar o mercado. Ao invés de escrever o que quiser ou lhe der na telha, o escritor precisará escrever o que o povo quer ler, a não ser que a escrita seja uma espécie de hobby. A maioria dos escritores brasileiros tem outra profissão: jornalista, comentarista, reporter, apresentador ou então não precisa trabalhar.
Outra possibilidade de escrever um livro é a que depreende-se de uma pesquisa academica, por exemplo. Aqui temos o tipo de livro que eu gosto, aquele que fala de sociologia, antropologia, economia, etc. Infelizmente esse tipo de livro vende pouco e funciona mais como uma contribuição do pesquisador a humanidade, algo como uma generosidade que ele faz (filantropia).
No minimo 50% do mercado é de livros didaticos, sendo o Ministerio da Educação o maior comprador de livros do mundo. Isso faz sentido, porque são 50 milhões de alunos, 85% delas na rede publica, recebendo livros do governo. Os que chegam a Universidade são poucos ainda e muitas vezes as universidades mais baratas fornecem material para o aluno estudar, não necessariamente livros . . .
Na USP eu tinha tanta coisa que ler e estudar que não dava tempo de ler o que eu queria. Cada materia tinha seu livro texto e ele tinha umas 400 paginas, para ser absorvido em um semestre de aulas. Um semestre de faculdade signifcava quase todo conteudo do colegial.
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