Para que servem os parentes

Segundo a lei os parentes servem para receber herança e para prestar alimentos. A lei diz que ao direito de receber herança existe o ônus de prestar alimentos. A lei também diz que parente é até o quarto grau colateral, ou seja, os primos. Só que existe uma ordem de vocação hereditária: primeiro ascendentes e descendentes, depois colaterais. Assim sendo, primeiro os pais devem ajudar os filhos e netos (se for o caso). E na velhice, os filhos e os netos ajudarem os pais idosos. Na impossibilidade dos filhos ajudar os pais, pode-se pedir alimentos aos irmãos. Na falta dos irmãos aos sobrinhos. No meu caso acho que para por aqui. Levando em conta que os jovens estão tendo filhos com 30 ou 40 anos, não vou ter muito contato com sobrinhos netos e mesmo com netos. Por outro lado, primos solteiros estão bem de vida e não precisarão de alimentos de parentes mais distantes, a não ser que façam grandes besteiras com o dinheiro acumulado, o que é pouco provável. Estão em situações mais complicadas aqueles que são pobres nas várias gerações: avós, pais e filhos. Nesses casos existem poucos para tomar conta de tantos idosos carentes e nem existe muito dinheiro. Irmãos dificilmente colaborarão espontaneamente. A regra é um irmão empurrar os velhos para o outro. Irmãos sozinhos são espoliados por irmãos desonestos, quando não por sobrinhos inescrupolosos. A pior situação é a do velho sozinho com dinheiro, que, indefeso, é um alvo fácil para os tubarões. Velho sozinho sem dinheiro morre no asilo publico. A tentação de passar a perna nos demais herdeiros é muito grande nos psicopatas de plantão. E isso é feito de todas as formas possíveis: surrupiando todo o dinheiro em bancos e aplicações financeiras, depois apropriando-se dos alugueis e outras rendas, como aposentadorias e pensões e por fim, o que é mais dificil, a venda de imóveis, em geral através de procurações, não excluindo-se a elaboração de testamentos com a designação de um herdeiro universal. As possibilidades são muitas para quem quer se apropriar daquilo que não lhe pertence.