quarta-feira, 4 de setembro de 2013

A armadilha dos filhos nos casamentos tardios

As pessoas estão esperando cada vez mais para se casarem, em particular nas classes médias e médias altas. É preciso ter a casa no bairro ideal e dois carros zero quitados na garagem. Como a curva de ganhos cresce muito lentamente com a idade hoje em dia, as pessoas mais exigentes estão se casando depois dos trinta anos, alguns por volta dos 35 anos. É necessário fazer todas as viagens também, inclusive as internacionais. E, quando o tempo estiver se esgotando, ter filhos aos 38 ou 40 anos. Essas decisões implicam em muitos riscos. Em troca desse hedonismo e consumismo egoísta, os filhos podem não vir no melhor momento por conta da biologia e nem no melhor momento em termos físicos dos seus pais (estou pensando na energia de um pai e mãe por volta dos 28 anos contra pais na faixa dos 40 anos). Outra armadilha é que esses pais tardios terão de ficar juntos até 65 anos, caso priorizem a educação e o sucesso dos seus filhos, e portanto terão de descartar a possibilidade de formar outro casal, talvez mais feliz, caso o primeiro casamento não tenha se tornado satisfatório. Materialmente casamentos tardios parecem ótimos. Casamentos precoces sempre foram recordistas em divórcios. Jovens são naturalmente irresponsáveis e avessos a fazer grandes sacrifícios, inclusive para filhos. Avós serão cada vez mais idosos e portanto indisponíveis e incapacitados para cuidar de netos. Os casamentos reprodutivos ótimos serão entre casais mais jovens e amadurecidos, esclarecidos e abnegados, cientes de que os melhores momentos possíveis serão uma infância feliz e uma velhice feliz, com o período intermediário de sacrifícios e renuncias.   

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