Li uma tese da Debora Piotto sobre universitários de camadas populares que entraram em cursos concorridos na USP de Ribeirão Preto. Esses alunos sofreram choques culturais e sociais, muitas vezes tiveram de enfrentar as dificuldades sozinhos, demoraram mais para adentrar a Universidade e se formar e só conseguiram seus objetivos devido a ajuda social que a USP oferece. Todos descobriram as diferenças sociais. Alguns já no segundo grau, quando migraram da escola publica para a particular. Outros sofreram esse choque já na Universidade de São Paulo. O choque social não podia ser evitado pois os objetivos de vida desses alunos eram diferentes dos da maioria da sua classe social. Com isso tiveram de abandonar um mundo e abraçar outro, o que trouxe desenraizamento. Eles alunos tambem contam que tiveram incentivos para continuar os estudos, principalmente dos professores. Sabemos que professor gosta de bom aluno, pois o mesmo valoriza o seu trabalho. Já os pais desses alunos muitas vezes não entendiam o porque seus filhos queriam estudar tanto e ainda mais em uma universidade publica. O universo do ensino superior simplesmente não fazia parte do seu ideario. Eles tambem relataram as dificuldades e as diferenças existentes entre eles e seus colegas. Todos tiveram momentos de glória entre os seus colegas de escola publica e foram muitas vezes reconhecidos como excelentes, bem como quase todos tiveram experiência de trabalho.
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