Li em uma tese de doutorado sobre psicologia, da Dra Piotto, sobre como um aluno pobre se sentiu ao entrar na Colegio Bandeirantes. O choque foi brutal. Ele não se sentiu discriminado. O que ele sentiu era que pertencia a um mundo diferente dos colegas, como se fosse um ET. Outro aluno, desta vez quando entrou na faculdade de administração na USP de Ribeirão Preto sentiu a mesma coisa: ele não podia frequentar os mesmos lugares que os colegas ricos, não podia conversar sobre as viagens ao exterior que eles faziam, etc. Todos eles relataram que as amizades são fundamentais para manter os alunos "diferentes" nesses ambientes a principio hostis (todo grupo social estabelecido é hostil a entrada de novos participantes). Todos nós sabemos que para existir simpatia e amizade é preciso ter assuntos em comum, compartilhar das mesmas ideias ou ideais, dos mesmos objetivos muitas vezes. O problema de adaptação pode acontecer tanto no contato com a classe superior a sua quanto com a classe inferior. Ou seja, cada um tem de procurar a sua turma e a sua praia. E quando estiver mudando de turma ou de praia estar sujeito a não ficar com o pé em nenhuma das duas. Minha turma foi a dos bons alunos no primario e ginasio. Depois no colegial foi a dos colegas de carteira, restrita ao ambiente escolar. Na faculdade foi a de todos que podiam me ajudar, com alguma afinidade cultural e espiritual. No emprego foi a das secretarias. Minha turma mesmo foi a dos meus amigos de infancia, todos engenheiros ou assemelhados, bem como a das mulheres e seus sentimentos.
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