Hoje assisti ao filme "Confissões de Adolescente" do Daniel Filho. A comparação com minha adolescência foi fatal. O filme mostra a adolescência que eu gostaria de ter tido e que desconfio um amigo teve. No entanto minha adolescência foi muito pior e minha fuga dessa realidade era justamente o cinema. No cinema eu vivia aquilo que não tinha na vida real e sonhava. Sonhava com mulheres que não existiam, com uma vida de prazeres e diversão. Sei hoje que o cinema mostra sempre a exceção e não a realidade da maioria. Assim sendo Confissões que assisti hoje mostra uma juventude rica, que mora bem, que é linda, que tem uma vida boa cheia de aventuras amorosas. Um sonho de adolescência, possível nos dias de hoje. Quem tem uma vida boa dessas nunca vai querer casar-se, ter filhos, assumir grandes responsabilidades. Meu amigo, que na minha opinião teve um boa vida dessas, foi o último dos meus contemporâneos a se casar, aos 32 anos, exatamente no mesmo ano em que eu já estava me divorciando. Esse mesmo amigo foi ter sua primeira filha aos 38 ou 39 anos. Neste ano ele fará 50 anos e enquanto outros amigos já são avôs ele deverá esperar mais uns 20 anos para ter esse gostinho. Essa é a consequência de se ter uma adolescência de rei: fica-se viciado na vida boa . . .
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