Cheguei a uma avaliação objetiva da influência dos outros na nossa vida, ou seja, da dimensão emocional da personalidade. A dimensão intelectual é fácil de observar pelas decisões teoricamente racionais que a pessoa toma, o nível de instrução formal que ela conseguiu na vida, os resultados materiais que conseguiu. A dimensão espiritual é mais sutil mas está relacionada com as duas anteriores. A dimensão física permite uma ponderação das demais: quanto mais precoce for a manifestação das outras idades quando comparada a idade cronológica mais valor terá. É como diz aquela frase: ser macho é uma questão genética. Ser homem uma questão de tempo. E ser um cavalheiro uma questão de escolha. Voltando a síntese da dimensão emocional ela pode ser resumida nos dois tipos de interação que temos com as pessoas: a competição e a cooperação. A combinação dessas variáveis mostrará como será a vida presente e futura da pessoa: se os outros serão o "inferno" ou não. Chegamos portanto a uma avaliação profunda de algo que para a maioria das pessoas é nebuloso e as deixa confusas. A partir dessa diretriz podemos avaliar os sucessos e as dificuldades que as pessoas enfrentam e até predizer o futuro da sua saúde mental, que hoje em dia é chamada de saúde emocional. Nas relacionamentos está um dos três pilares da síntese original, que era composta também pelo dinheiro e pela saúde.
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9 comentários:
A falta cooperação ou a cooperação insuficiente vai prejudicar o seu desempenho social. Você não vai chegar tão longe quanto o seu potencial inicial e provavelmente cairá no limbo. O excesso de competição e hostilidade também vai ter seus efeitos deletérios. Tem de valer muito a pena suportar esse tipo de pressão.
Outra coisa que aprendemos sobre os outros é que quem recebe cooperação esquece rápido, bem como quem não enfrentou competição de verdade e hostilidade. Essas pessoas simplesmente não amadurecem porque não sofreram na carne. Elas nunca irão compreender que aqueles que não tiveram cooperação suficiente ou que tiveram de enfrentar competição e hostilidade elevadas. Essas pessoas simplesmente vão dizer que não é problema delas se esse tipo de coisa existe.
O melhor lugar que encontrei para os outros foi na Fraternidade. Ali existe uma família que é um exemplo para o mundo, onde a cooperação sempre existiu e onde os problemas que surgiram foram bem conduzidos e resolvidos, com o mínimo de conflitos. Todos trabalharam, todos se casaram, todos se formaram em nível superior, alguns se reproduziram, doenças graves foram enfrentadas. Educação e saúde foram prioridades máximas inclusive saúde mental, que a maior parte das pessoas não conhece ou reconhece como problema. As condições ambientais foram desfavoráveis muitas vezes mas as forças foram vitoriosas.
A cooperação pode ser medida por trabalho ou dinheiro investido no outro ou ganhos de oportunidade. Trata-se de algo palpável e não abstrato. É a manifestação física do que chamamos amor.
Muitas vezes nem os pais querem cooperar com os filhos porque são egoístas preocupados consigo mesmos. É preciso saber que o é sacrifício do que é obrigação ou do que não custa quase nada. A aversão a um ou a vários dos filhos não é incomum. Muitos pais querem que os filhos lhes paguem tributos e não o contrário. Era assim quando os filhos eram muitos e a disponibilidade de recursos pelos pais era escassa. Não era comum os pais colocarem suas prioridades em primeiro lugar antes dos filhos. Era comum os pais fazerem de tudo para se livrarem dos filhos o mais rapidamente possível.
Os pais de hoje não sabem criar seus filhos. Consequentemente quando eles crescerem não saberão colaborar com seus parceiros. As alianças serão cada vez mais raras. Todos irão mais rápido mas não irão mais longe. A vida será mais chata, com todos sabendo tudo, sem surpresas nem agradáveis nem desagradáveis. Já temos alguns exemplos entre conhecidos e parentes que ficaram sozinhos. Os solteirões sempre foram considerados fracassados e pouco confiáveis. Diz o Gikovate que teremos variedade de estilos de vida. Eu acho que muitos já estão ficando pelo caminho e que a inteligência não está aumentando, embora esteja disponível como nunca.
As grandes coisas são feitas por equipes. Ninguém ganha o prêmio Nobel sozinho. Ninguém inventa nada revolucionário sozinho. As empresas são basicamente familiares e mesmo as corporações foram em algum momento familiares. Com a fragmentação da cooperação os poucos que conseguirem a união vão ter uma vantagem competitiva maior ainda. E o estado será chamado a cuidar minimamente dos fracassados de todo tipo que não tiverem resolvido a contento a sua situação individual.
A cooperação pressupõe trocas. É o fundamento das boas ideias: através da comunicação, que está por trás de todo tipo de troca, existe um aprendizado, uma evolução. Do jeito que as coisas vão as trocas serão minimizadas, a concorrência será prejudicada. Ter várias visões do mundo nos faz mais inteligentes. Com cada um achando que sabe tudo a intolerância tende a crescer e provavelmente viveremos em guetos como na Europa e nos Estados Unidos.
Esta transição já aconteceu com outros povos. Na Russia a família não existe mais. Na Suécia 47% das pessoas moram sozinhas. As pessoas somente procurarão aquilo que não poderão ter sozinhas. Resta saber o que será isso, já que tudo é possível ter sozinho: Você pode ter sexo, filhos (adotados), emprego (profissional liberal). Você não pode ter amigos e amor sozinho. Apenas isso.
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