sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O prazer de ver o circo pegar fogo

Todos nós temos defeitos e um deles é falar mal dos outros, a popular fofoca maldosa. A fofoca pode ser uma arma de perfídia mas também pode ser uma forma de defender-se. Eu penso na segunda hipótese: quando mais soubermos sobre o caráter de uma pessoa melhor para a nossa sobrevivência. Confiar nas pessoas errados pode não ser apenas prejudicial como fatal. Pegar pessoas em contradição é o caminho mais fácil para identificar mentiras e sua conclusão obvia: mal caratismo. Pessoas mentirosas não são confiáveis e alguém que mente sobre coisas banais com certeza mentirá sobre todas as outras. Quando fazemos acareações podemos identificar quem está mentindo e esclarecer pontos nebulosos. No entanto também pode ser uma técnica perigosa porque quem é desmascarado reage com raiva extrema pela humilhação a que é submetido. Devemos ter em mente que tipo de relacionamento queremos ter com uma pessoa: superficial, intenso, intimo, confidente, comercial. Para cada um deles devemos medir as palavras que dizemos, conforme o valor que damos para cada relação. Ouvi minha médica me dizer sobre relacionamentos "funcionais". Relacionamentos funcionais podem existir até entre médicos e pacientes, quando o que se espera é apenas um tratamento profissional e nada afetivo. Italianos podem ter tendência a valorizar os relacionamentos por alguma predisposição genética ou cultural. Outras etnias podem justamente não gostar desse comportamento, achando inclusive que os mesmos são uma espécie de invasão de privacidade. Lembro do livro que li sobre fazer negócios com pessoas diferentes em diferentes lugares do mundo e da distância considerada necessária entre as pessoas de diferentes etnias para não se sentirem invadidas. Quantos relacionamentos íntimos precisamos ter para nos sentirmos felizes ? Acho que depende da vida de cada um e da sua necessidade de compartilhar as alegrias e as desgraças que acontecem na vida de cada um . . .

2 comentários:

Van der Camps disse...

É muito maior o número de pessoas "funcionais" em seus empregos e atividades do que pessoas felizes e realizadas afetiva e sexualmente, que são 3 a 4% das pessoas. É de se esperar que 90% trabalhem. Por ai percebemos o quanto alguém feliz deve causar inveja nos outros (inveja= raiva + humilhação).

Van der Camps disse...

Muitas vezes comentamos sobre pessoas íntimas com nossos amigos. Afinal são com eles que podemos desabafar e aprender. Muitas vezes nessas conversas pedimos sigilo, pois caso esses comentários vazem teremos problemas, ainda mais que muitas das observações não são percebidas pelo observado. Então temos situações de confidências onde nos colocamos em risco.