Durante as décadas de 1980 e 1990 o Brasil não foi um país muito simpático para os engenheiros. Engenheiros formados na Escola Politécnica da USP, principalmente aqueles que não eram tão obstinadamente adaptados a área técnica de projetos, migraram para outras áreas. Eu mesmo entrei na graduação em administração da USP. Era portanto um precursor dessa tendência. Hoje pesquisando na internet vejo que outros migraram para a área de ensino e seguiram carreira acadêmica. Eu migrei dentro das empresas em que trabalhei e provavelmente devo ser um caso único, junto com mais um ou outro. Muitos buscam a área de administração para serem consultores e professores de pós-graduação, em cursos lato sensu. Para aqueles que fizeram todo o caminho acadêmico, ou seja, mestrado, doutorado, pós-doutorado, a graduação em engenharia eletrônica ficou no currículo como uma curiosidade. Essas pessoas re-inventaram suas carreiras em uma área que cresceu muito no Brasil, que foi o ensino superior. Interessante é que dois ex-colegas que seguiram esse caminho são de origem judaica. Soube de um outro caso de uma colega que virou professora da Escola de Comunicações e Artes. A conclusão é a de que aquelas pessoas eram ecléticas, suficientemente inteligentes e com reservas, inclusive financeiras, para escolherem outro caminho, persistirem e obterem algum sucesso. Provavelmente fruto de alguém que as suportavam, geralmente a família.
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2 comentários:
Quem gostava muito de matemática tinha facilidade para projetos e como as vagas eram poucas foram selecionados para elas. Quem não tinha muita facilidade precisava se adaptar. Como o ambiente era hostil, muitos acharam coisas mais interessantes para fazer pelo mesmo salário. Quem gostava tirava prazer de fazer o que gostava, mesmo ganhando pouco.
Quem sabe faz quem não sabe ensina já diziam meus amigos na faculdade . . .
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