quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

A solução conforme a média

Olhei para o entorno do prédio de uma prima localizado em um bairro periférico. De cima pude ver que praticamente todas as casas térreas ao redor haviam sido ampliadas com "puxadinhos".  Fica claro o que aconteceu: a geração dos pais comprou a casa na periferia e de uma forma ou de outra conseguiu quitá-la, provavelmente com os frutos do trabalho assalariado. Tiveram filhos como acontecia com 99% dos casais daquela época e na hora dos filhos casarem, em algum momento das décadas perdidas de 1980 e 1990 não havia financiamento nem dinheiro para os filhos fazerem o mesmo que seus pais. Como os filhos também queriam casar-se e ter filhos a solução foi fazer o "puxadinho" até que os filhos tivessem condições de comprar seu próprio imóvel. A solução no meu meio social foi ir morar na casa de algum inquilino do pai, da firma do pai ou que o pai desocupou. Um ou outro alugou por pouco tempo, um ou outro comprou financiado e somente uma profissional liberal comprou e quitou o imóvel com recursos próprios. Na classe rica com certeza a solução foi o pai comprar o apartamento novo para seu filho e futura nora. Afinal, a nora sempre irá querer morar próxima a sua mãe e nem sempre o sogro rico terá uma propriedade nesse distrito ou bairro. 

3 comentários:

Van der Camps disse...

É assim com a busca de estudo profissional para quem precisa trabalhar logo: faz um curso técnico e depois completa com a universidade particular. Tudo funciona em "ondas": modismos em geral não vingam no Brasil pois não existe riqueza para tanto. É diferente nos Estados Unidos, por exemplo.

Van der Camps disse...

É claro que quem foi morar no puxadinho era provavelmente uma menina do bairro, mais pobre que a família do sogro e do marido. Vi isso acontecer com os meus primos e primas.

Van der Camps disse...

Hoje em dia esse tipo de problema não existe mais. Filhos ficam até 35 anos na casa dos pais, dando muito tempo de juntar a entrada do imóvel nupcial e ter aumentos suficientes de renda para pagar a prestação do financiamento. E ficaram todos felizes e contentes . . .