segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Houve uma época

Houve uma época em que você entrava nas grandes empresas com 14 anos. E lá ficava, aprendendo a profissão e conforme a sorte e a sua capacidade (porque todos faziam isso) você permanecia lá e até chegava a chefe. Esse tempo durou décadas. Tudo que as empresas produziam era vendido e não havia motivos para demitir pessoal ou trazer pessoas de fora. A geração de meu pai viveu essa época e mesmo a geração de primos mais velhos. Quem se manteve no trabalho, não importando se puxando o saco do chefe e sendo subserviente, acumulou anos e anos na mesma empresa, e, com isso, muitos aumentos de produtividade e outras vantagens. Exatamente como um funcionário público. Acontece que o mercado mudou e as empresas passaram a ser mais exigentes. A idade para trabalhar passou a ser 18 anos no mínimo e a instrução exigida também aumentou. A cidade de São Paulo deixou de ser industrial e passou a ser uma cidade de serviços. Com isso, os filhos dos primos, a nova geração, tentou seguir um caminho diferente: caíram no estelionato estudantil. Ou seja, fizeram cursos superiores que não permitem uma inserção rápida e eficiente no mercado. E como não tem padrinho essa geração ficou um tanto perdida, salvo exceções. Os novos tempos mostram que pessoas formadas não são sinônimo de problema resolvido. É . . . houve um tempo em que pelo menos trabalho era algo mais fácil. 

Nenhum comentário: