terça-feira, 9 de setembro de 2014

O ensino superior

Quando eu era criança e as palavras ecoavam na minha mente e "ensino superior" era uma palavra mágica. Ensino era minha praia por ser bom aluno e a palavra superior fazia bem ao ego. Hoje em dia o ensino superior que era para poucos se popularizou. No entanto se muitos agora conseguem entrar nem todos se formam, por uma razão ou outra qualquer. Em famílias mais pobres, ter filhos na faculdade era um grande orgulho e no Brasil sempre houve verdadeiro fascínio pelo "canudo". O que chega ao ensino superior é reflexo daquilo que entra na pré-escola ou no primeiro grau. Como temos a associação como regra e a imitação como máxima, é muito mais fácil para pais intelectuais e ricos incentivarem seus filhos a estudarem e a buscarem o melhor ensino superior. Isso é facilmente verificado em famílias de advogados por exemplo, já que o direito tem as faculdades mais antigas do Brasil. Parecem dinastias. Além do exemplo famílias assim proporcionam dinheiro e tempo para que seus filhos sejam aprovados nas melhores escolas, desde que nasceram, inclusive porque moram nos melhores bairros, onde se instalam as melhores escolas. É claro que sempre existirão exceções mas essas exceções também serão explicáveis e nelas existirão fatores e janelas extemporâneas em geral, como descrito, por exemplo, no livro outliers. No entanto, como me disse um sábio amigo: não posso fazer da exceção a regra e aplicá-la na educação das minhas filhas, porque a probabilidade de obter um bom resultado será minimizada. O paradoxo é fazer tudo certo e não conseguir o resultado esperado, coisa que muitas vezes acontece porque sempre existe o imponderável, tanto para o bem quanto para o mal.  

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