A Festa

Quando entrei na Universidade de São Paulo, mais precisamente na Escola Politécnica, na minha inocência eu tinha como referência de curso superior o que eu havia visto nos filmes de hollywood. Nesses filmes a vida de estudante universitário era só alegria e festas, mulheres, etc etc etc A realidade que encontrei foi um curso exigente, difícil , com pouca alegria e principalmente somente 5% de mulheres. Haviam pessoas que se conheciam de antes de entrar na Poli e formaram-se "panelinhas" por diversos critérios (estudo, afinidade, classe social econômica, local de moradia). Nada daquele espirito universitário que eu tinha visto nos filmes até que surgiu a Maria Rita, uma menina da minha classe, que resolveu dar uma festa democrática, onde todos os 50 alunos da classe foram convidados e onde foi feito um amigo secreto. Ela teve a ideia e cedeu a sua casa em um condomínio de classe média alta na Granja Viana. Foi um acontecimento único naquele ano de 1982, em particular para aqueles que eram outsiders como eu, que comia no CRUSP e que não era exatamente muito popular embora eu me esforçasse para ser. Talvez não sem razão a Maria Rita prestou novo vestibular e deixou a Engenharia Civil para fazer Arquitetura na FAU.