quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Porque temos tantos líderes incompetentes

Dr. Tomas Chamorro-Premuzic, uma autoridade internacional em personalidade e Professor de Administração na University College London, escreve um interessante estudo na Harvard Business Review, “Por que Tantos Incompetentes Se Tornam Líderes?”. 
E o resumo executivo deste artigo, que vale a pena ser lido na íntegra aqui, é que nós inadvertidamente os escolhemos como líderes.
Nossos jornalistas os escolhem para serem entrevistados, nossos políticos os escolhem para serem assessores quando candidatos e lhes dão cargos quando eleitos. Nós também assistimos suas palestras e seus vídeos no You Tube.
Explica porque não elegemos pessoas administrativamente competentes para nos governar, e pelo jeito fazemos pior, elegemos deliberadamente os incompetentes.
Como isto é possível?
Na opinião de Dr. Tomas Chamorro-Premuzic isto é devido a nossa inabilidade como sociedade, em distinguir competência e autoconfiança.
Pessoas em geral, jornalistas e políticos em particular, normalmente confundem confiança com competência.
As pessoas que falam bem, que se mostram “inteligentes”, que são incisivas, que jamais mostram dúvidas ou indecisões, que parecem saber de tudo, são consideradas líderes potenciais.
Isto é comprovado em pesquisas onde um líder morre subitamente, e o grupo acaba elegendo às pressas normalmente um líder que é centralizado em si mesmo, superconfiante e narcisista.
Isto explica, diz Dr. Tomas, a preponderância de homens líderes no mundo todo, porque os homens realmente acreditam que são mais inteligentes do que as mulheres.
Só que arrogância e superconfiança são inversamente proporcionais a boa liderança e a habilidade de criar e manter uma equipe coesa e eficiente.
Inclusive o líder deve ser capaz de convencer a equipe a deixar de lado suas agendas pessoais e trabalhar para o sucesso do grupo.
Os melhores líderes, e milhares de estudos comprovam isto, são aqueles mais humildes que permitem que os outros apareçam, que são conhecidos por ouvir mais do que falar, e que jamais dizem coisas exageradas para assustar ou para manipular os outros.
E são justamente estas pessoas que o Brasil, por falta de QA, Quociente Administrativo, ignora.
Nossos jornais e revistas preferem os Arnaldos Jabors ou Diogos Mainardis, de estilo de liderança histriônicos, que ganham pontos por serem inteligentes, exagerados nas suas acusações, arrogantes e que parecem saber de quase tudo.
Isto explica também porque as mulheres acabam não sendo escolhidas para postos de liderança, e acabam ganhando menos.
O maior erro que uma mulher pode fazer nestas horas é adotar o estilo masculino da arrogância, de não ouvir ninguém, ser dura e cruel para com sua equipe, como a Dilma está fazendo. É um erro brutal, vai contra tudo que sabemos de Administração Eficiente. 
Elas adotam esta postura masculina por medo de parecerem fracas, quando estão na realidade dando um tiro no pé na organização que comandam.
Margaret Thatcher sobressaiu-se justamente pela sua arrogância e autoconfiança, mas foi justamente estas características que acataram o fim de sua carreira política. 
Sociedades com QA baixo, escolhem seus líderes por critérios psicológicos e emocionais, e não por critérios de liderança administrativa. 
Por isto, países “emocionais” como Itália e Argentina sempre serão geridos por incompetentes, deliberadamente escolhidos pela sociedade.
Pena que no Brasil gastamos praticamente nada em Pesquisas Administrativas, que resulta numa sociedade de QA praticamente zero.
Estamos lentamente caminhando na direção da Argentina e Itália.
Os livros do Dr. Tomas são estes:
E, sugiro que Faculdades de Economia, Engenharia, Advocacia, Filosofia, Ciências Políticas e Administração comecem a adotá-los.
Algo Para Se Pensar.

Nenhum comentário: