sexta-feira, 25 de maio de 2012

É duro descobrir depois do ocorrido que poderia ter sido melhor

O triste de viver muito e ter boa memória é que você pode refletir sobre situações passadas e chegar a diversas conclusões não muito agradáveis. O mais grave acontece quando você está indefeso, por exemplo, quando você é uma criança, está com uma doença grave, é inexperiente e fica na mão dos outros. Num mundo de egoístas praticamente ninguém vai te ajudar da mesma forma que você faria por você mesmo. Nem seus pais podem ter tanto interesse assim em você. Isso acontece porque eles podem não te amar o suficiente, já que amar significa se importar verdadeiramente com a pessoa. Advogados e psicólogos são os profissionais que são pagos para se importar com você. Advogar significa literalmente "falar por". Já o psicólogo tem por função principal te ouvir. Só que nem o advogado nem o psicólogo irão, em geral, decidir por você. Eles não estão envolvidos afetivamente com você, embora possam (e devam) simpatizar com o seu problema. Percebo hoje o quanto a falta de amor pode fazer mal para uma pessoa: ela, se tiver dinheiro, provavelmente irá passar o resto da vida no psicólogo, psicanalista, psiquiatra e nos tribunais. Provavelmente nada irá suprir essa falta de amor e ela tentará se virar com as migalhas que esses profissionais podem lhe oferecer. O juiz substitui a figura do pai e é sabido que muitos procuram a justiça como forma de encontrar o pai que não tiveram. Isso porque a figura do pai era aquela que defende o filho nos momentos de dificuldades, que orienta, que aconselha, que instrui, que apresenta, que encaminha. Sabemos também que todos os que procuram psicólogos e demais profissionais psi em geral tem mágoas e feridas que os fazem sofrer. Aqui entra a mistura de emoções e matéria, junto com a inteligência e até provavelmente com o espírito. O equivalente do psiquiatra é o feiticeiro nas sociedades primitivas. Tem tudo a ver.

Um comentário:

Van der Camps disse...

Hoje lembrando do passado me lembro de um advogado (que cobrava uma fortuna) quando lhe perguntei sobre uma foto no seu escritório: eles são meus netos e ai de quem mexer com eles. Belo exemplo do pai protetor de que falo no artigo acima . . .