terça-feira, 22 de maio de 2012

As leis, a vida social e a familiar

As leis existem para serem cumpridas e elas em geral são muito bem aplicadas na vida social, ou seja, com os outros. Os outros podem conhecer os seus "direitos" ou então conhecer um advogado (existem 600.000 aqui no Brasil) e em geral são os primeiros a procurar soluções nas esferas judiciais/policiais/administrativas. O outro pode ser visto como um inimigo a maior parte das vezes, devido as nossas tão conhecidas desigualdades aqui do Brasil. Quando estamos em contato com os outros medimos nossas palavras, evitamos exprimir muitas vezes nossa opinião, nos contemos na vontade de roubar ou matar, porque sabemos que o outro não ficará quieto e irá retaliar a maior parte das vezes. Uma análise interessante é o "Dilema do Prisioneiro", onde o lucro máximo ocorre para um dos participantes quando ele trai seu companheiro ao mesmo tempo que seu companheiro confia nele. Quando estamos em família somos levados a relaxar e a relevar muitas ações que seriam consideradas crimes, quando cometidas em relação aos outros. Sentimos que em família podemos expor nossos sentimentos e nossas opiniões e esperamos compaixão e apoio. Essa condição, que é a maior parte das vezes saudável, pode esconder verdadeiros crimes que se cometem contra as pessoas da família. É assim que familiares roubam heranças, crianças sobrem abusos sexuais, mulheres e homens são infiéis financeiros. Todo tipo de traição e mentira pode acontecer em família e não ser punido, porque emoções estão envolvidas, etc. etc.etc. Minha postura é sempre a mesma: você pode falar tudo o que pensa, ter suas opiniões, participar de debates inflamados. Você só não pode roubar. Não importa se você rouba seu irmão, seu pai ou seu tio. Você roubou para mim você morreu. Terá meu desprezo eterno. 

3 comentários:

Van der Camps disse...

Conversando com um amigo advogado ele me disse que os julgamentos éticos realizados pela OAB também tem essa mesma diretriz: erros de advogados são perdoados mas improbidade (apropriação indébita, roubo, furto) não. Na nossa sociedade as penas para roubo e furto são de reclusão, que significa cadeia, regime fechado. Portanto mesmo a sociedade pune rigorosamente quem comete esse tipo de crime.

Van der Camps disse...

O momento em que a sociedade invade a família é justamente no casamento. É o momento em que a sociedade se mistura, quando os clãs se formam de forma individual. Nesse momento você descobre se a outra pessoa tem moral, se observa as leis ou se é dissimulada, manipuladora e mentirosa. O namoro deveria ser o período de provação, quando você tenta detectar os defeitos irreparáveis no caráter do outro, que inviabilizarão o futuro casamento e a fundação de uma nova família. Infelizmente, para pessoas inexperientes, é muito fácil ser enganado durante o namoro.

Van der Camps disse...

O que muitas pessoas temem na figura dos outros é a violência: assaltos, roubos, agressões, homicídios, latrocínios. Violências sutis ou desvios do "colarinho branco" são menos notados pelas pessoas, já que muitas delas não tem capacidade intelectual para entender como esses crimes funcionam.