Já devo ter comentado outras vezes sobre como a POLI e a Universidade de São Paulo marcaram a minha vida. Eu era muito jovem (tinha 17 anos) quando entrei na USP. E nessa época, em que os hormônios masculinos estão a toda, eu estava em uma turma de 545 homens e apenas 55 mulheres. A competição pelas mulheres e pelas opções de qual engenharia cursar marcaram todos aqueles 5 anos. E competição é o oposto da amizade. Aquele que está competindo com você é seu rival e não seu amigo. Apesar de vários colegas do colegial terem entrado comigo na POLI, eles não eram meus amigos e não seria na POLI que eles se tornariam. Apesar disso, durante aqueles anos fiz pelo menos uma amizade: o Lincoln. Infelizmente essa amizade não permaneceu até os dias atuais. A outra amizade foi o Luis Fernando, que não era amigo no colegial, mas conhecido de vista, que se tornou o amigo de verdade e que permaneceu até hoje. Naquela epoca, os alunos eram alocados nas classes pelo nome, e, dessa forma, por eu me chamar Marcos, minhas colegas de classe eram as Marias qualquer coisa. Era a classe com maior numero de mulheres. Eu era uma espécie de outsider e meus colegas mais próximos eram aqueles que almoçam comigo no restaurante universitário, o que os colocava entre os mais pobres, por morarem longe ou por não terem dinheiro ou transporte para almoçarem no shopping, por exemplo. Desses amigos, o Marcelo desistiu no final do primeiro ano e o Marcos José no final do segundo. O Lincoln não conseguiu pegar a opção de eletrônica mas continuou até se formar. Eu era, portanto, uma espécie de sobrevivente. Lembro-me de ter sido convidado uma única vez para uma festa de final de ano com amigo secreto. Foi uma iniciativa de uma menina, que depois largou a POLI e foi fazer Arquitetura na FAU. Ela morava em um condominio de alto padrão e foi ótimo sentir aquele clima de confraternização. Foi o momento de felicidade mais marcante daqueles anos . . .
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5 comentários:
Interessante notar que justamente os mais vulneráveis, que almoçavam no restaurante universitário, tiveram dificuldades no decorrer do curso. Será apenas coincidência ??? Não faço ideia de onde o Luis almoçava. Vou perguntar . . .
O Luis almoçava no Shopping Eldorado segundo me disse ou em lanchonetes do Campus. Com certeza comia melhor que eu e meus amigos de CRUSP.
Interessante é que o Luis seguiu as regras da POLI e repetiu um ano, terminando o curso com a especialidade de controles que era comum a eletrônica e eletrotécnica. Teoricamente o Luis era mais forte academicamente do que eu, pois entrou muito melhor classificado no Bandeirantes, terminando na primeira turma de exatas. Já no vestibular eu consegui melhor classificação que ele e na POLI ambos tivemos nossas dificuldades.
Quem se dava melhor na POLI era quem era muito bom em matemática. A base da Engenharia é matemática e física e a física tem muito de matemática. Havia um amigo que era muito bom em matemática o Marcelo e ele nunca teve grandes problemas na POLI.
O Lincoln foi melhor do que eu no vestibular mas não pegou eletrônica. Ele também seguiu as regras. Eu que usei de esperteza consegui pegar eletrônica. O Marcos Jose estava comigo no plano santo e desistiu no meio da execução: repetiu um ano, não conseguiu no ano seguinte a eletrônica e desistiu da Poli. Hoje todas as portas foram fechadas pela direção da Poli. Glory Days !!!
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