O mundo do trabalho para os outros é muito simples aqui no Brasil. No serviço público basta passar no concurso. Para isso existem técnicas e passos que precisam ser dados. Trabalhar para os outros, nas empresas privadas, tem uma lógica ou uma ideologia bem clara: a pessoa pode até ser contratada para um cargo inicial diferente da sua formação, por um viés ou outro. Só que para permanecer e crescer precisará fazer pós-graduação, dedicar-se, idolatrar seu chefe e sua empresa, mostrar que valoriza muito o que faz, etc etc etc. Você é um cara eclético ? Acima da média ? Que poderia atuar em qualquer área ? Azar o seu. Ninguém vai acreditar em você porque você é uma exceção muito grande para ser verdade e todos irão te desqualificar, dizendo que você não tem foco. Onde você poderia ser aproveitado ? Como empreendedor. Você teria condições de atuar em todas as áreas da empresa, discutir com todos os seus subordinados, etc etc etc. Só que ser empreendedor no Brasil é por demais penoso e pouco interessante. Você precisa concorrer com quem está estabelecido a milênios, que tem os clientes fieis na mão. Outra função possível é ser um consultor. Só que consultor é justamente aquele que dá conselhos a pequenos e médios empresários, que por terem iniciado um negócio acham que sabem tudo e só procuram consultores quando já tentaram de tudo e não deu resultado. O Brasil e as famílias podem ser muito hostis por aqui. Por isso você deve fazer o que tem vontade, dar muita risada e ser feliz, mesmo que você ganhe pouco, não tenha muito poder ou status. A felicidade está em pequenas coisas. Você deve lutar para consegui-las mas não deve ficar doente para obter algo que talvez não precise.
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
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3 comentários:
A única forma de trabalhar para si mesmo é ser um artista, como Van Gogh, que nunca vendeu um quadro em vida. Para ser um artista incompreendido, você precisa de alguma fonte de subsistência: ou seja, alguém precisa ter ganho dinheiro para transferir para você sobreviver e esse alguém provavelmente ganhou do jeito "normal" descrito acima.
A arte é algo que existe para o deleite dos seres humanos. Sua função é em si mesma. Não é como todas as outras profissões pragmáticas, que sempre tem uma função fora de si mesmas, alguma utilidade prática, ou seja, fazem algo para alguém, servem a alguém.
Outro dia ouvi alguém dizer que é possível que a função de uma pessoa seja a de ser apenas exemplo. Acho que isso pode ser verdade para algumas poucas pessoas.
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