Conselhos

Ninguém quer ouvir conselhos. E tudo mundo sabe tudo. O mais engraçado é jovens acharem que sabem tudo. Viveram pouco, tiveram poucas experiência porque seu tempo de vida foi pequeno e seria impossível por mais intensos que foram seus anos, além das limitações legais existentes. Além disso a maioria é passiva: somente faz o que é obrigada a fazer, ou seja, seguir o nosso pobre currículo escolar, já que o que interessa é passar no vestibular e não crescer rapidamente como pessoa. Esses personagens não querem conselhos, não se interessam por nada que não venha de seus pais e de seus professores. Os pais por temerem alguma retaliação e os professores porque ouviram dizer que é importante passar no vestibular e passar na USP. Não aprenderam a serem donos da própria vida, assumindo suas decisões e suas consequências. Freud dizia que pessoas realmente adultas eram poucas. Vejo que passados mais de 100 anos da sua observação pouco mudou. É como provou uma pesquisa recente: somente fazem o que for bom para ficarem bonitos entre seus semelhantes ou então o que pode causar algum tipo de dor ou perda. Nesse aspecto são animais vaidosos ou receosos de punição. Querem que os outros lhes joguem confete e não querem ser punidos socialmente, com o isolamento, o ostracismo, a prisão ou o internamento no hospício. Essas punições doem na alma da maioria das pessoas, tanto quanto punições físicas, que a lei baniu mas que ainda são praticadas por aí. A principal punição aceita é a pecuniária: tira-se o dinheiro da pessoa, através de multas, condenações em dinheiro, não lhe dando emprego, penhorando seus bens. Ser hostilizado também é uma forma de punição: ninguém aguenta ser fustigado. Por isso é tão difícil ser diferente e a frente do seu tempo. Você será o alvo de todo tipo de crítica e gasta-se energia para ser diferente. Para gastar energia você ter energia. E gastá-la para ficar dando explicações ou se defendendo é muito custoso, além de impedir de usá-la para coisas mais úteis e prazerosas. O melhor é simplesmente evitar problemas não se omitindo nos momentos importantes, para se ter a consciência tranquila.