Até a decada de 80 no Brasil essas eram as profissões da maioria das mulheres. Professoras e costureiras existiam em todo Brasil. Empregadas e secretarias existiam somente na casa ou nas empresas dos ricos, pois pagar por uma empregada ou por uma secretaria era para poucos. Já que a perspectiva de conseguir status e dinheiro pelo trabalho era limitada, a outra opção das mulheres era fazer um bom casamento. E aqui temos secretarias que casam com os patrões ou se tornam suas amantes, costureiras e empregadas que em geral casavam com maridos pobres e as professoras, que casavam com profissionais liberais e outros profissionais de camadas médias. Durante decadas as mulheres tentaram obter sucesso em outras profissões de nivel superior e, em parte devido ao ambiente economico hostil, e, em parte devido ao interesse da mulher em continuar obtendo segurança através do casamento, o "sucesso" das mulheres não foi muito significativo. Exemplo disso são as colegas da minha irmã, todas dentistas formadas pela USP, poucas profissionias de sucesso mas quase todas "bem casadas". Outros exemplos foram as mulheres dos meus amigos, todos eles com nivel superior e algum status socio economico: todas com nivel superior, muitas trabalhando em empregos publicos de nivel médio. Hoje em dia, as mulheres jovens podem sonhar mais alto, preparando-se adequadamente e, graças as mudanças e avanço dos tempos, ter acesso a empregos melhores e boas oportunidades.
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4 comentários:
Interessante que professoras podem virar donas de escola, costureiras/sacoleiras donas de confecções e empregadas donas de empresas de limpeza (será que tem essa capacidade ?). Somente as secretárias me parecem não terem uma opção clara no empreendorismo. Lembro que a premissa para começar um negócio é conhecer o máximo sobre o ramo de atuação. Talvez tenha sido injusto com as secretárias: uma vez soube de uma que era dona de uma "agência" de secretárias (serviço temporário).
Na família da minha mãe e do meu pai aconteceu exatamente isso. As primas de olhos claros da minha mãe e bonitas foram secretárias, minha mãe professora, minhas tias irmãs do meu pai foram empregadas domesticas inicialmente ou operárias, uma tia irmã da minha mãe foi operária e depois comerciante. Uma tia era excelente costureira e a costura estava presente na minha mãe também. Uma tia foi baba e depois costureira. Observe que as profissões não fugiam daquelas com exceção das que foram operárias e chegaram a líderes no chão de fábrica.
As mulheres filhas dessas Tias, ou seja, a geração seguinte, não conseguiu muito destaque, exceto uma ou outra prima como era de se esperar. Estamos esperando maior sucesso na próxima geração, onde já temos uma engenheira com mestrado, por exemplo. E teremos a primeira médica da família Campos, que obviamente saiu de onde mais podia sair mesmo, ou seja, de onde havia mais investimento e cobrança, por ter pais de melhor nível educacional e de renda.
Observe que as quatro são profissões consideradas "úteis" pela sociedade. Pode-se acrescentar mais uma: cozinheira. Agora imagine uma artista: pode desenvolver sua arte se for de uma família rica ou se casar-se com um homem rico. E aí trabalhar por "amor a arte" !!!
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