sábado, 22 de janeiro de 2011

Gaussiana

Hoje eu sei que estive (ainda estou ?) no extremo direito da gaussiana. Minha infância foi solitária mas profícua, já que eu estudava tudo que me caia nas mãos, inclusive a enciclopédia BARSA. Minha curiosidade era muito grande e eu era movido por ela. Isso contribuiu para que eu fosse imaturo emocionalmente, já que meus contatos com as outras crianças eram poucos. Eu me entretia com leituras, cinema, televisão, idas a biblioteca, revistas. Tinha fome de saber. Ia bem na escola sem precisar estudar. Era invejado e tinha inimigos por conta disso (sofri bulying). E por conta disso fui poupado da mesquinhez das pessoas, da mentira e da perfídia. Cresci portanto desprotegido e como hoje sei que é comum, meus pais não acharam que precisavam me prevenir, já que eu era super-inteligente. Qualquer um que esteja nos extremos da gaussiana irá sofrer: por ser vanguarda e não ser compreendido (no caso da direita) ou por ser ultrapassado e retrógrado (no caso da esquerda). Eu estava no mínimo 20 anos a frente do meu tempo social. E naquela época não existiam redes sociais para encontrar semelhantes em qualquer lugar do mundo. O fato é que a realidade social atrasada do Brasil muito contribuiu para meu desamparo. Digo isso sem resentimento mas consciente de que existem lugares muito mais evoluidos e bons para se viver que aqui.

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