A psiquiatria faz seus diagnosticos basicamente da observação clinica (e da aplicação de questionarios). É claro que um psiquiatra tem um treinamento longo e profundo e a prática tambem o habilita a fazer diagnosticos precisos. No entanto, ele tem de confiar nos poucos minutos em que observa o "doente" durante a consulta e nas respostas que ele dá (podem ser distorcidas, por exemplo). Um psiquiatra observa se o paciente vai sozinho ou acompanhado a consulta (e o acompanhante pode fornecer informações importantes). Quem convive com o "doente" tem uma grande vantagem a seu favor: o tempo de observação. Com um pouco de "treinamento" acho que esse observador privilegiado pode até arriscar alguns diagnosticos, com boa margem de acerto. Assim sendo, podemos, desde que tenhamos o conhecimento e que façamos as perguntas corretas, detectar anomalias psiquicas nos nossos amigos, parentes e conhecidos. A doença mental é muito comum e muito sub-diagnosticada. Tem muito borderline por ai que não é internado porque vive aparentemente de uma forma normal: trabalha e fica em casa, onde todos estão acostumados com suas manias e idiossincrasias. É como disse Caetano Veloso uma vez: de perto ninguém é normal !
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Um comentário:
Ninguém faz isso: perguntas delicadas. Todos estão muito preocupados consigo mesmos em geral. A convivência com pessoas doentes e a minha doença me fez ser como eu sou. Quem pergunta aprende. No caso de amigos, parentes e familiares, aprendemos sobre a natureza humana profunda, sobre egoismo e generosidade. E vale o princípio hermético: aquilo que está em cima é como o que está em baixo.
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