quarta-feira, 30 de abril de 2008

Educação - Emprego

Sempre fui bom aluno e sempre valorizei as pessoas que estudam de uma forma geral. Com o tempo aprendi também a valorizar pessoas que não tinham educação formal esmerada mas possuiam experiência de vida e eram exemplos em suas áreas de atuação, por mais simples que fossem. Pois bem, o Brasil é o país dos bacharéis em direito (essa é a graduação com mais brasileiros). No entanto, faltam bons advogados. Nossa indústria produz bens de pequeno valor agregado e de baixa tecnologia em geral, gerando poucos empregos para nossos engenheiros. Nossos médicos deixam muito a desejar (ainda hoje a folha publicou uma matéria sobre escolas de medicina que tem conceito péssimos). Isso acontece nas três profissões "clássicas", que são as que atraem mais candidatos no vestibular, e que, teoricamente, tem maior relevância e demanda social. Tenho em minha hemeroteca um artigo sobre uma pesquisa que comprovou que 53% dos formandos atuam em áreas diferentes da sua graduação. O percentual varia conforme a área de graduação, assim, por exemplo, em engenharia, apenas 33% dos engenheiros atuam na área. É sabido que a maioria dos empregos exige apenas uma pequena parcela do conhecimento que é ensinado no curso de graduação. É assim, por exemplo, com administração de empresas, onde aprende-se a ser diretor ou presidente de uma grande empresa, e, em geral, começa-se por baixo, fazendo-se um serviço muito simples. De qualquer forma teremos cada vez mais faculdades particulares (algumas das quais possuem mais alunos que a USP) e mais formandos, mesmo porque a argumentação para a abertura de novos cursos é a de que o número de jovens em idade de cursar uma faculdade no Brasil, que efetivamente cursam uma faculdade, é muito baixo, em comparação com outros paises do continente, como por exemplo Argentina e Chile (dizem que até a Bolívia, o pais mais pobre da américa do sul, está na frente do Brasil). Sabemos que uma porcentagem grande desses formandos não encontrarão empregos nas suas respectivas áreas de atuação. Isso parece ser um detalhe sem importância. Pulando do ensino superior para o ensino público de 1o e 2o graus, ouve-se sempre vozes clamando pela melhoria do ensino. É preciso que seja dito que quem dá valor ao ensino é a classe média e a alta. Essas classes sociais colocam seus filhos na escola particular ou nas melhores escolas públicas (como a Federal). Pesquisa com os pais dos filhos que estão na escola pública mostra que eles estão satisfeitos com o ensino ministrado aos seus filhos e que educação não é prioridade ou importante para eles. Ou seja, investir dinheiro na escola pública não trará votos para o político se eleger ou re-eleger. Restanos portanto conviver com a mediucridade em termos gerais e torcer para cairmos na mão dos poucos profissionais competentes que o nosso sistema educacional está produzindo.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Depressão

Meu primeiro contato mais intenso com a depressão ocorreu, de forma dramática (drama=ação) quando eu tinha 20 anos, ou seja, 23 anos atrás. Naquela ocasião, nem eu, nem nenhum dos meus familiares, sabia o que estava acontecendo. Imagino que, em 1984, essa doença não fosse tão comum, e que, muitos casos não eram diagnosticados. As mudanças, em particular as que não controlamos, são as principais causas da depressão. Uma decepção amorosa, uma mudança nas condições de trabalho (quando as empresas começam a cortar custos e demitir pessoas, por exemplo), a perda de um bom emprego, a perda de uma pessoa da família, uma doença grave. Como podemos observar, dificilmente alguém vai escapar de ter depressão pelo menos algumas vezes na vida. É claro que cada um pode reagir de forma diferente ao que acontece com ele e em volta de si. Existem pessoas que não estão nem aí para o que acontece com os outros e outras que são influenciáveis, que são solidárias, empáticas e que sofrem com a desgraça alheia. Um dos agravantes da depressão é que quem tem um episódio depressivo tem maiores chances de ter outros no futuro. Os médicos estão atentos e receitam anti-depressivos com muita facilidade. Eles acreditam que é melhor pecar por excesso do que por falta.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Os Outros

Existem pelo menos três frases que considero célebres sobre o título acima:
- O inferno são os outros ! (Sartre)
- Cada louco com sua mania . . .
- Cada cabeça sua sentença !
A verdade é que todas expressam uma realidade: Toda pessoa que decide alguma coisa, ou que adota um determindado comportamento, tem certeza de que está com a razão. É incrível como essa constatação é universal. Serve para a educação que os pais dão aos seus filhos, para decisões de investimento (bolsa de valores incluida), para posições adotadas no trabalho, para a escolha de uma religião, para torcer por um time de futebol ou votar em determinado partido ou candidato. Até pessoas que dão desfalque nas empresas têm uma "justificativa" conforme pude comprovar uma vez pessoalmente. Esse assunto enseja uma outra abordagem, sobre a amplitude do que é legal e o que é moralmente desejável. A lei regula apenas uma pequena parte do universo possível de relações entre as pessoas. A moral regularia toda a parte não abrangida pela lei. Quando alguém faz algo imoral mas não ilegal ficamos no vácuo, pois nada podemos fazer na prática. Assim, você pode estar "coberto de razão" na sua opinião, e desde que não viole alguma lei, poderá continuar com sua idéias sem ser perturbado, ou seja: cada louco com sua mania e cada cabeça sua sentença!

terça-feira, 22 de abril de 2008

Separação e Divórcio

Já dizia um filósofo antigo: Conheço a proximidade das almas não pela forma com que se aproximam mas pelo modo pelo qual se afastam. Pois é a mais pura verdade. Ou como dizia o Tim Maia: Quer conhecer sua namorada ? Casa ! Quer conhecer sua mulher ? Separa !
Filosofias a parte é sabido e notório que o segundo maior stress que alguém pode passar (só perde para a morte de entes queridos) é a separação/divórcio. No eixo Rio/São Paulo estima-se em 50% o número de casamentos que terminarão em divórcio. Como as pessoas que se divorciam voltam a se casar, a família "moderna" passa a ser composta (em geral) de enteados e madrastas e padrastos, com as consequências descritas no artigo de Contardo Calligaris, citado recentemente neste blog. No aspecto material devemos levar em consideração que todo casal é formado de consortes, o que quer dizer, da mesma sorte. Assim, na separação, podemos ter a divisão das dívidas (o mais comum, dependendo da idade ao se separar) ou dos bens. Na separação dos bens também podem haver variações, já que ela independe da real contribuição que cada um fez para sua aquisição, pelo menos no regime de comunhão parcial de bens, o mais comum em nossas terras. Outro aspecto a ser levado em consideração em um divórcio mas também pouco citado é o egoismo. Há casamentos em que a pessoa infeliz coloca a culpa das suas infelicidades no parceiro e acha que o divórcio a fará feliz. Muitas vezes não se importa com os filhos. Essas criaturas deveriam saber que só tem direito a ter filhos quem é realmente feliz. Caso isso fosse observado poderíamos viver com muito mais paz e harmonia.

As Funções do Dinheiro

Sabemos das aulas de economia que as funções do dinheiro são três:
- Função de Troca: podemos trocar o dinheiro por qualquer coisa que seja "comprável".
- Função de Tesouraria: podemos acumular dinheiro, de forma a termos uma reserva a ser usada no futuro, para alguma eventualidade ou aquisição de maior vulto.
- Função de especulação: a palavra especular vem do latim e apenas quer dizer observar. O especulador é aquele que observa o mercado e investe seu dinheiro de forma a multiplicá-lo sem fazer força. Um exemplo típico é a bolsa de valores, onde pode-se comprar ações na baixa e vendê-las na aula. Outro exemplo é a especulação imobiliaria: comprar imóveis em regiões baratas que se valorizam por algum motivo, como por exemplo o anúncio de uma nova linha do metrô.
No entanto o dinheiro tem outros significados para outras ciências. Podemos dizer que ele representa poder e status, duas qualidades muito admiradas nos dias de hoje. Pesquisas recentes indicam claramente que no Brasil ter dinheiro faz muito bem a saúde e a felicidade do seu possuidor. Moralmente interessa como esse dinheiro é obtido. Na prática ninguém está muito interessado nisso. Como disse um famoso mafioso preso aqui no Brasil anos atrás: No Brasil só o que importa é ter dinheiro e boa aparência.

domingo, 20 de abril de 2008

Amigos

Você tem realmente amigos ? Não confundir com "colegas". Amigos são confidentes. Colegas são pessoas que tem interesse em comum com você. Exemplo: todos empregados da empresa em que você trabalha são seus colegas, pois todos querem que a empresa continue existindo para receber seu salário no final do mês. No entanto, nenhum deles pode ser seu amigo. Aliáis é muito difícil fazer amigos nas empresas privadas. Nelas o que existe é a competição e nessas condições o outro é visto como inimigo a ser vencido na disputa por cargos, salários, poder, etc. E mesmo amigos durante o tempo que você estiver empregado podem simplesmente "sumir", depois que você sair da empresa. É por isso que dizem: amigos vêm e vão mas inimigos acumulam-se. Outra frase célebre diz que amigos nós podemos escolher . . .parentes não ! Geralmente escolhemos nosso amigos por afinidades, mesmos gostos, proximidade intelectual, mesmos valores morais. Tenho um amigo que deixou os Estados Unidos por falta do convívio com seus amigos e familiares. Existem pessoas que estão trabalhando menos para poderem conviver mais com seus amigos. Existem muitas canções que falam da amizade verdadeira. Os amigos nos ajudam a passar pelas perdas e frustrações inevitáveis nesta existência terrena . . .

As diversas idades do homem

Dizem que temos 7 idades: 1o Infância ---> do nascimento até 7 anos. 2o Infância ---> de 7 até 12 anos. Adolescência ---> de 12 a 18 anos. Juventude ----> de 18 a 26 anos. Idade Adulta ---> de 26 até 40 anos. Idade Madura ---> de 40 até 60 anos e finalmente: Velhice ---> de 60 até o final da vida. Cada "idade" tem seus encantos e desafios mas o que temos visto é a invasão de algumas delas (como crianças na 2o infância usando roupas de adolescentes e maquiagem) e a extensão de outras, como pessoas de 30 anos que se comportam como adolescentes. Outro ponto a destacar é que muitas pessoas estão vivendo mais, principalmente mulheres, o que pode levar a velhice durar 30 anos por exemplo, de forma a tornar essa "idade" a de mais longa duração.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Há profissionais e profissionais

Sábias palavras as que foram por mim ouvidas hoje e que estão no título desta postagem. Parece que em todas as áreas de prestação de serviços essa máxima é válida. Vale para a empregada doméstica, para o pedreiro, para o porteiro do prédio e zelador e para o gerente do banco. Ainda me lembro quando reformei a minha primeira moradia: só enfrentei essa empreitada porque conhecia a índole do pedreiro, um senhor de idade, que morava nos fundos da casa do meu avô. Demorou mais (nove meses no total) mas economizei nos materiais e tive a certeza de que o serviço sairia bem feito. Muitas vezes preferi comprar um produto pronto e industrializado ao invés de confiar em "profissionais". Assim foi com os móveis da casa, por exemplo. Acho um absurdo o que cobram esses marceneiros para fazer armários de apartamento. Diz o ditado que mecânico, médico e advogado, só de confiança. Meu mecânico é o mesmo do meu falecido pai, cobra caro e coloca peças boas no meu carro e nunca me deixou na mão. Advogado era meu pai, e, por hora, estamos com alguns em "teste". Médico, infelizmente nunca é o mesmo, sendo mais importante ter alguém na área que nos indique um especialista em caso de necessidade.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

SWOT's - Gerência por Objetivos

Apesar de ser antiga, a técnica de gerência por objetivos, que aprendi a uns 22 anos atrás, ainda me parece válida hoje em dia, por isso vou falar um pouco dela. Nessa técnica, para resolver qualquer tipo de problema, reune-se as pessoas envolvidas no processo e inicialmente se faz um "brainstorm", ou seja, deixa-se vir a mente qualquer idéia relacionada com o problema em questão, tendo-se o cuidado de colocar no papel essas idéias. Depois, lista-se, em folhas separadas, as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças referentes ao processo em questão. Forças e fraquezas são consideradas variáveis internas, que são passíveis de serem modificadas por esforço dos envolvidos. Oportunidades e ameaças são variáveis externas, até certo ponto não controláveis e que deverão ser aproveitadas (no caso das oportunidades) e evitadas (no caso das ameaças). Após listar e enumerar essas variáveis, colocamos as mesmas numa mesma folha de papel, no formato cartesiano e tentamos criar estratégias cruzando Forças X Oportunidades, Forças X Ameaças, Fraquezas X Oportunidades e Fraquezas X Ameaças. É fácil perceber que criar estratégias para forças e oportunidades é muito fácil e por outro lado, enfrentar ameaças com fraquezas é muito difícil. Por isso, na prática, devemos manter e conquistar forças, corrigir fraquezas, aproveitar oportunidades e evitar ou minimizar o efeito de possíveis ameaças. Um exemplo de "força" seria, por exemplo ter boa saúde. Um exemplo de fraqueza, poderia ser uma pessoa que ocupa um cargo importante e não tem ainda curso superior. Um exemplo de oportunidade: conhecer alguém (na infância, por exemplo) que depois tornou-se presidente de alguma empresa e pode lhe oferecer um bom emprego. Exemplo típico de ameaça: um sinistro, como um furto de automóvel, que pode ser minimizado com a contratação de um seguro.

terça-feira, 15 de abril de 2008

TRADE OFF

A expressão inglesa acima resume a quase totalidade das possibilidades de compra a que estamos expostos. Ela quer dizer simplesmente "troca" e funciona assim: Você quer um carro potente ? Em troca vai ter de gastar mais combustível. Você quer um namorado bonito, rico, inteligente e jovem ? Vai ter de procurar muito, pois rico e jovem só se for herdeiro de alguém mão aberta e inteligente ("nerd") e bonito ("saradão") também vai ser meio difícil, já que o tempo para se conseguir as duas coisas é exíguo. Em suma, é preciso que saibamos exatamente o que queremos e que estejamos dispostos a pagar o preço exigido. E nossas escolhas mostrarão quem somos e ao que viemos a este mundo. Tudo mundo quer um emprego que pague muito, no qual se trabalhe pouco, e no qual se tenha pouca responsabilidade. O mesmo vale para o investimento: liquidez, rentabilidade e segurança numa só aplicação. Ou então : Bom, bonito e barato !

Como os juizes decidem

Uma coisa que acho interessante e que a maioria dos leigos não sabem, é como são tomadas decisões no âmbito da justiça. Em teoria um juiz decide com base nos autos, na lei e na sua consciência. Na prática eles já decidem antes mesmo de ler os autos, com base em casos iguais julgados anteriormente e de acordo com o que não é "atípico". Para dar mais "caráter" a sua decisão, ele pode "escolher" algumas peças do processo (laudos, depoimentos, citações, petições,etc) que justifiquem seu parecer. E por incrível que possa parecer esse é o "melhor" e mais civilizado meio de resolver-se disputas e conflitos. Infelizmente nossa experiência com o judiciário não tem sido das melhores e onde o judiciário é ineficiente não se faz justiça.

A Primeira Impressão é a que conta e a que fica

Aprendi a muito tempo atrás que a origem da maioria dos problemas que temos decorre de "falhas na comunicação". Ou seja, "ruído". Também aprendi que comunicação não é o que você fala mas o que o outro entende. Por isso não adianta falar difícil se seu interlocutor tem nível de instrução baixo. Ele simplesmente não vai entender nada. Outro bordão é o título deste artigo. O nosso comportamento num único momento pode comprometer a nossa imagem pelo resto da vida. Tenho exemplo de pessoas que interagem com alguém num momento e julgam a pessoa por esse único contato. Acho isso um erro abominável, pois todos sabemos que temos dias bons e dias maus e que justo naquele único contato podemos estar com dor de dente, doentes ou de mal com a vida. E seremos julgados e condenados como mal humorados, de poucos amigos e por ai vai. O julgamento também acontece com nossas roupas e como nos apresentamos (veja artigo anterior sobre como identificar uma situação rapidamente). Eu tive um amigo negro no ginásio que se vestia muito melhor que nós brancos. Ele conhecia esse príncipio de convivência social muito antes de mim. Por outro lado quando passei a trabalhar de terno, o atendimento que me davam nas lojas mudou da água para o vinho, pelo mesmo motivo. O mais recente episódio aconteceu no banco, onde vou com a minha mãe. Alguns gerentes consideravam a minha mãe como pessoa "mais importante do grupo". Outros consideravam a minha pessoa. E um terceiro gerente considerava os dois. O que mais nos agradou e que teve melhor resultado tanto para o banco quando para nós clientes foi o que acertadamente considerava "os dois importantes". Isso me lembra as empresas para as quais trabalhei, onde, numa, havia a "política de portas abertas", a qual, em teoria, permitia a qualquer um perguntar aos dirigentes o que quisesse. E em outra, onde os diregentes eram considerados os "todo poderosos". Não preciso dizer que a comunicação na primeira era muito mais efetiva e livre. Um porém deve ser dito: o negócio de cada empresa tem suas particularidades e é justo que isso gere um cultura própria que pode ou não se tornar anacronica e obsoleta.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Matéria de Contardo Calligaris na FSP hoje

Aproveito para reproduzir aqui algumas das idéias que o psicanalista Contardo Calligaris publicou na Folha de São Paulo de hoje , dia 10/04/2008. Gosto muito das matérias do Contardo. Acho que ele, juntamente com o Flavio Gikovate ajudam muito a compreender a natureza humana e seus problemas. Hoje o Contardo nos falou sobre as novas famílias, que são formadas por casais que já tem um passado com filhos de outras uniões. Nessas famílias os conflitos são potencializados, pois o pai pode dedicar-se aos enteados de forma mais intensa do que dedica-se aos seus próprios filhos, pois segundo Contardo exercer a paternidade é muito gratificante para ele. Isso obviamente irá desagradar os filhos havidos antes dessa nova união do pai. Por outro lado, a madastra pode se sentir invadida pela presença dos filhos do novo marido, disputando com eles a atenção, carinho e recursos do marido. Pude comprovar que esses tipos de problema aconteceram com pessoas que conheço devendo portanto ser muito comuns. No primeiro casamento, em geral, quem inferniza a vida do casal é a sogra principalmente. No meu primeiro casamento foi bem assim. Deve ser por isso que existem tantas piadas sobre as sogras . . .devem ter um fundo de verdade. Já no segundo casamento o problema parece ser com os filhos de uniões anteriores. Esse problema pode ser minimizado se algum dos novos parceiros não tiver filhos e se o novo casal não procriar. É como li uma vez num livro: só deveria ter direito de ter filhos quem é feliz. E quem é feliz não se separa !

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Os Diversos Poderes

Uma simples explanação pode nos mostrar os principais poderes existentes:
- Poder do Porco: É o também chamado "poder de polícia". É representado pelo uso da força bruta e tem por exemplo o porco que irá ser sacrificado, e que, por mais que esperneie e grite acaba morrendo.
- Poder do Asno: Também conhecido por "poder da propaganda". É representado pelo convencimento muitas vezes inadequado (sofismas por exemplo). Tem por exemplo alguém montado em cima de um burro com uma cenoura amarrada em uma vara. Movendo-se a vara dirige-se o burro para onde se quiser.
- Poder do Macaco. É o poder da "educação". É representado pelo macaco que aprende a imitar aquilo que lhe ensinamos. Está presente em sistemas políticos diversos, que doutrinaram cedo seus jovens, como no nazismo e comunismo.
Quando falamos de poder logo nos vêm a mente a política e o governo, seja ele federal, estadual ou municipal. No entanto, o poder existe em todas as instituições, tais como empresas e mesmo na família. Os pais usam e abusam desses poderes, seja punindo o filho fisicamente (batendo - poder do porco), conversando com eles (poder do asno) ou colocando-as nas escolas que refletem seus pontos de vista e objetivos (poder do macaco). É, sempre foi e parece que sempre será assim, mesmo porque ainda não descobriram nada melhor, devido ao estágio de desenvolvimento atual da humanidade.



Indivíduos e Sociedade

A sociedade foi "inventada" pela necessidade dos indivíduos ("não divisíveis") viverem com o mínimo de paz e harmonia. Assim a palavra "sócio" quer dizer: aquele que tem interesse em comum. Foi necessário limitar de alguma forma os indivíduos para que o todo (ou todos) ganhassem com isso. Em termos sociais os dois "fins da picada" são as prisões e os antigos hospícios, onde os nocivos a sociedade e indesejados eram confinados e alijados do restante da população. Em termos sociais o que interessa são as aparências. Não importa se o carro pertence na realidade ao banco e a casa está hipotecada. Aos olhos dos outros o importante é a posse e não a propriedade. O mesmo se aplica as roupas e aparência pessoal. Os insatisfeitos que fundem alguma seita como as que de vez enquanto são "estouradas" nos Estados Unidos.

Proletários e Capitalistas

O termo proletário era originalmente referente aquele que tem somente a "prole", ou seja, seus filhos, para oferecer ao mercado de trabalho. Já capitalista era o detentor do capital e dos meios de produção, ou seja, das máquinas e insumos, propriedade. Capitalista também é aquele que recebe remuneração vinda do capital , ou seja, juros e aluguéis. A parte dessas duas classes claramente delimitadas, existe também a "classe média", essa composta de funcionários públicos mais graduados e pequenos comerciantes, também conhecidos como pequenos burgueses, em oposição aos grandes burgueses, que seriam os "capitalistas" de fato. Burguês era o habitante do burgo, que era o embrião das cidades modernas e que vivia basicamente do comércio e/ou prestação de serviços. Os proletários eram originalmente os operários das fábricas e os camponeses destituídos de terras, que vendiam sua força de trabalho para os capitalistas. Essa é origem das disputas entre capital e trabalho, a qual varia conforme a sociedade e seu grau de evolução. Como exemplos distintos de resolução desse conflito temos a sociedade americana por exemplo, onde a remuneração do trabalho é muito alta e a do capital (juros) é relativamente baixa. Ou então a politica da social democracia, aplicada nos países nórdicos, onde os impostos são elevados mas o bem estar da população é garantido pelo governo. Temos também o caso brasileiro, onde a remuneração do capital é elevada com relação a remuneração do trabalho.

O mais caro é sempre o melhor ?

Uma das coisas que mais aprecio são pesquisas sobre comportamento e sobre "verdades" que se pregam por ai. Talvez por ter exercido uma profissão onde sempre tive que estar atento para as exceções eu me acostumei a ser tolerante e duvidar de certas "verdades". Por outro lado aprendi muita estatística, desde os tempos de colegial, onde tinha uma cadeira exclusiva dessa matéria, chamada "processamento de dados", que na realidade era probabilidade e estatística. Na faculdade continuou o estudo dessa matéria, uma vez que toda comunicação elétrica é uma questão de se vencer o calor (ou vibração) intrínseca da matéria que chamamos tecnicamente de "ruído" através de sinais suficientemente potentes, que apesar de sofrerem deformação ao longo do tempo, ainda assim poderão ser detectados com confiabilidade no receptor. Isso posto vamos ao título da presente postagem: Fizeram uma pesquisa com vinhos e seus respectivos preços. Só que fizeram uma "sacanagenzinha": trocaram os preços de algumas amostras, de forma que vinhos baratos apareceram como caros. Ai chamaram pessoas e pediram para que elas avaliassem as amostras, antes e após a troca de etiquetas de preços. Descobriram que as pessoas disseram que os vinhos com etiquetas caras (independente de terem sido trocados ou não) eram os melhores. Ou seja, o preço imaginado fez com que as pessoas classificassem vinhos baratos como bons. Essa pesquisa abriu um infinidade de questionamentos para a área de marketing em geral, já que sugere que o preço sozinho pode influenciar a opinião do povo. Como engenheiro que sou aprendi sempre a buscar o custo X benefício ótimo. Sei que sou exceção, pois a maioria das pessoas ou compra "custo" (preço) ----> sempre o mais baixo, por exemplo. Ou então compra "qualidade" -----> sempre o mais caro. A pesquisa analisada aqui diz que alguém pode ser "enganado" . . .pensando estar comprando "qualidade" (supostamente determindada pelo preço elevado) quando na realidade o produto em questão tem custo inferior ou baixo. Isso fica mais claro quando lembramos que o preço de um produto pode ter duas fórmulas básicas: empresa monopolistas ou oligopolistas aferem o custo e colocam sua margem de lucro em cima desse cálculo e o mercado é obrigado a pagar o preço imposto. Empresas que atuam em ambiente de concorrência perfeita ou quase são obrigadas a pegar o preço que o mercado paga por determinado produto e fazer o caminho inverso: chegar ao custo mínimo para maximilizar seu lucro. Este é o processo normal de determinação de um preço em termos econômicos. As exceções a estes processos é o que se chama concorrência monopolista, que em termos simples, é o que acontece com produtos de "griffe". Assim uma simples pizza pode custar R$ 20,00 reais no desconhecido disque pizza da esquina ou R$ 40,00 reais se vier da Pizzaria São Pedro por exemplo, mantida a mesma qualidade nos ingredientes. Em breve falarei mais sobre economia, uma assunto que sempre me atraiu.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Resultado do Enem e de pesquisas sobre educação

Essa semana foi publicado o resultado do ENEM que é o exame feito no 3o ano do ensino médio que permite a comparação entre as escolas do Brasil. Ao analisarmos o resultado verificamos que poucas modificações ocorrem entre as escolas que ficam nos primeiros lugares e que em geral não existem surpresas. Escolas particulares onde o aluno custa 10 vezes mais que numa escola pública normal vão muito melhores. E que mesmo em escolas particulares menos famosas os alunos estão bem melhores que nas escolas publicas. Por mais que se reclame existe uma lógica nesses resultados. Segundo uma pesquisa realizada com pais de diversas classes sociais, verificou-se que os pais de classe média e alta valorizam e prioritizam o ensino e que os pais de classes menos favorecidas não. Daí decorre que os pais de classe média e alta irão colocar seus filhos na escola particular e os pais de classes pobres irão colocar seus filhos na escola pública. Isso é notório mesmo nas escolas públicas bem classificadas no ENEM, que exigem vestibulinho para ingresso, e onde a maioria dos alunos ingressantes vem da escola particular, sendo oriundos da classe média (como na Escola Técnica Federal de São Paulo).

Diferenças

Somos todos diferentes e temos diferentes habilidades e limitações. As diferenças nos afastam mas podem também nos fascinar, como na atração heterosexual. Existem diferentes tipos de inteligência: verbal, numérica, espacial, motora, social e por ai vai. Diferenças surgem também na educação que é dada as crianças. Essas diferenças são as que me chamam mais a atenção no momento pois quem não conhece uma criança incoveniente que faz das suas e os pais ao invés de repreendê-la dão apenas uma risadinha ? Os modelos das crianças são as pessoas com que elas terão mais tempo juntas, maior frequência de encontros e maior intensidade nesses encontros. Essas três variáveis valem para qualquer relacionamento pessoal. Assim sendo, deverão existir crianças cujo modelo seja a empregada doméstica, a babá, a avó ou a escolinha/berçário . . . não sei que tipo de geração será essa, pois antes as mulheres em geral eram as "rainhas do lar" e para o bem e para o mal educavam seus filhos. Com a entrada maciça da mulher no mercado de trabalho essa realidade não existirá mais. Minha mãe trabalhava meio período e isso já influenciou minha educação e visão do mundo. Imagino o futuro das relações das nossas crianças de classe média. Sim, pois em sociedade sempre existirão regras e costumes e parece-me que muita coisa está mudando e mudando rapidamente.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

SCIENTIA VINCES !

Todos nós temos nossas particularidades (idiossincrasias - se preferirem). Uma das minhas é que eu não gosto de nada que lembre o "lado animal" do ser humano. Assim sendo, não gosto de suar quando está calor (graças a Deus foi inventado o ar condicionado). Nem de pessoas que fazem barulho para comer (tenho a impressão de estar na presença de um animal saciando sua fome de dias ...). Outra coisa que me chama a atenção são crimes bárbaros, como os efetuados com facas, foices, etc . . .pode existir coisa mais animal do que enfiar a faca em alguém ? Ou então asfixiar alguém com as próprias mãos ? O mesmo vale para os "ratos", que ficam à espreita, esperando por suas vítimas, na saida dos bancos por exemplo. Outra característica desses pretensos seres humanos é que sua cobiça é despertada pelo olhar . . . tal como aves de rapina: ao verem alguma possível vítima mais fraca (pessoas idosas, crianças, jovens) logo se poem em ação. Tudo isso me lembra a bárbarie . . . a lei da selva. Até agora ficamos apenas nas demonstrações mais evidentes mas existem as mais sutis, como as despertadas pela inveja, que muitas vezes se manifesta através de intrigas. Todas as religiões tentam ordenar as relações entre os homens (vide os dez mandamentos) faz tempo. Pena que tenhamos a impressão de que esse objetivo esteja cada vez mais distante.