terça-feira, 20 de outubro de 2009

Curriculum

Outro dia ouvi (Max Geringer) que o curriculum ideal era como uma receita perfeita: tem todos os ingredientes na medida certa. Acontece que as exigências são distintas conforme o cargo. Antigamente, bastava a graduação (para trabalhar de empregado numa grande empresa). Depois, com o aumento da concorrência, as exigências foram aumentando, de forma que hoje em dia não existe limite: cursos de especialização, mestrados profissionais, cursos de aperfeiçoamento, cursos de línguas no exterior, MBA, etc, etc, etc . Apesar de que para algumas pessoas esses cursos possam realmente significar uma necessidade do cargo ou função, na prática eles servem apenas para "encher currículo", já que seus conhecimentos não são aplicáveis a realidade da maioria das empresas brasileiras (lembremos que estamos no Brasil e que temos limitações sociais inclusive). O que está acontecendo é que as pessoas estão cansando suas mentes com tanta informação, desgastando-se. Como consequência, muitas tem sua produtividade prejudicada e então estão sendo demitidas de seus empregos nas grandes empresas, substituidas por jovens que custam menos e tem "mais energia". Alternativas a essa vida são as empresas próprias (comércio e prestação de serviços), as profissões liberais e o serviço público. Nesses casos não são necessários investimentos tão intensos em treinamento, cursos e estudos. O comércio e serviços são tranquilos. Novidades nessas áreas são incorporadas e desenvolvidas pelos fabricantes e pela moda (no caso dos serviços). No serviço público quem estuda ganha mais e pode aspirar a cargos de chefia, mas, quem não quer estudar também não ganha mal, e, tem muito menos responsabilidade, o que pode ser vantajoso. Exceção apenas na carreira acadêmica, onde o mestrado, doutorado, pós doutorado e o que mais existir faz parte da carreira. Finalmente, nas profissões liberais clássicas (direito e medicina) a necessidade de atualização é lenta. No direito as leis mudam muito lentamente e na medicina o maior desenvolvimento se deu nos remédios (novas drogas) e métodos diagnósticos através de imagens, ou seja, áreas suporte da medicina e não intrinsecas a ela. Mesmo na engenharia temos areas que mudam pouco ou muito pouco. A engenharia que mais muda é a eletrônica e de telecomunicações, basta ver a velocidade em que os equipamentos ficam obsoletos. Temos assim muitas pessoas que levam uma vida relativamente tranquila, pelo menos em termos da necessidade de atualização constante, que consome tempo, dinheiro e "neurônios" dos seus perseguidores.

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