quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Por que as coisas são como são

Ninguém consegue fugir completamente do tempo e lugar (país,cidade,bairro) em que vive. Pode-se até ser da vanguarda, e isso significará que você não será compreendido, ou será mal entendido. É muito custoso ser diferente. Paga-se um alto preço por pensar diferente da maioria. Antigamente, o diferente poderia ser isolado pelo grupo. Lançado ao ostracismo. Alguns se adaptam bem a solidão, principalmente os egoistas que são muitos (talvez 55% da população). Também é comum ser agredido e hostilizado pelo grupo, quando não ridicularizado e humilhado. Todos esses comportamentos me parecem advir da própria fragilidade do grupo, que para afirmar-se precisa ofuscar o diferente. Essa realidade leva-nos a ter de fazer opções: caso queiramos algumas coisas da sociedade, teremos de agir de acordo com suas regras e costumes. Mudar a sociedade é um processo lento e sujeito a retrocessos. Estatisticamente sempre teremos o voto de pareto (veja artigo a respeito). Talvez a singularidade esteja socialmente reservada aos artistas: a eles compete serem originais. Aos demais, a sociedade designa o consumo de massa e o próprio status de massa.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Adversários, oponentes, correligionarios e aliados

Mais uma audição do site da CBN interessante. Nele se fala que na vida encontraremos sempre pessoas classificadas nas 5 categorias (4 descritas acima) mais uma variação entre adversários e correligionários. Adversários são aqueles que são contrários a nossas idéias e não são confiáveis. Oponentes são confiáveis mas tem idéias radicalmente distintas da sua: são comuns nas famílias, como no caso de irmãos. Correligionários comungam das mesmas idéais mas não são confiáveis, como no caso de pessoas do mesmo partido político. Aliados são o melhor dos nundos: concordam com nossas idéias e nos apoiam. O tipo nã0 nomeado me parece um tipo "leva e trás" ou que muda conforme o vento sopra. Tenho um caso desses na família da minha mãe e talvez na família do meu pai também. São os chamados "duas caras". Interessante ver esses personagens em ação nas questões do condomínio e nas disputas familiares. Acho que essas definições são muito boas, por isso as coloquei aqui. No caso de inventários, interdições onde existe dinheiro em jogo, em disputas no condominio e em disputas por amor e glória esses personagens estão sempre presentes.

Mercados que se medem em milhões no Brasil

Podemos analisar os mercados segundo a economia através da oferta e da demanda. Por exemplo, o mercado de carros novos vende 3 milhões por ano no Brasil. Vendem-se milhões de televisores (mais que carros) por que são mais baratos em termos absolutos. Casas e apartamentos pelo mesmo motivo devem ser vendidos talvez em centenas de milhares e não em milhões (desconheco essa estatistica). Interessante é saber que esses mercados, como o de automóveis, tem poucos fabricantes. Televisores idem. Já casas e apartamentos são pulverizados e regionalizados. Com certeza existem limitações para a entrada de novos competidores nessas áreas e o lucro deve ser uma consequência do elevado volume de produção. O famoso "break even point", que é o ponto em que a produção e venda permite equilibrar receitas e despesas pode depender de um grande volume de produção, que poucas empresas tem capacidade de atingir. Até agora estamos falando de bens duráveis e que dependem muito intensamente de crédito. Existem outros bens (semi-duravéis, como roupas) ou de consumo (como alimentos) que seguem regras um pouco distintas, em geral com muitos produtores e muitos segmentos, com menor necessidade de investimento e uso menos intensivo de tecnologia.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Não fazendo mal aos outros tudo bem

Esta é a máxima que resume o principal mandamento cristão: não faça aos outros aquilo que não queres que te façam. Pois em se tratando de relacionamento esse parece ser o "mínimo denominador comum": caso você não possa (ou não queira) fazer o bem, então, não faça nada. O que não devemos fazer de modo algum é o mal. Agora, o que é o mal ? O mal, na minha acepção, nasce do egoísmo. Existem muitas pessoas que são egoístas, talvez 50 a 60% da humanidade. Essas pessoas podem viver suas vidas sem maiores concessões aos demais seres humanos, desde que tenham saúde e dinheiro. Muitas vezes acham-se até felizes. Na minha opinião, elas não conhecem a verdadeira felicidade, que surge, somente no contato e no crescimento com o outro. Reportagem recente da Revista Super interessante, no mais longo estudo realizado até hoje, onde 268 homens foram acompanhados por 70 anos, concluiu que nem a saúde e nem a riqueza garantiam a felicidade. Era mais feliz quem tinha mais amigos, principalmente na velhice. Quem tem amigos verdadeiros possui um tesouro que deve ser preservado.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Carros, Cinema, Mulheres Bonitas

Sou suspeito para falar sobre esse assunto pois acho que carros, cinema e mulheres bonitas tem tudo a ver. Essa associação foi sempre explorada pelo cinema e ela me parece até natural. Um homem poderoso tem um carro idem e espera-se uma mulher bonita a seu lado. Analisando-se ao contrário, um homem pobre, tem um carro velho sem valor e uma mulher não tão bonita ao seu lado. O interessante é que nos estratos mais educados a diferença entre uma situação e outra pode ser o número de filhos que o casal tem. No caso de homens solteiros e sem filhos essa situação fica mais clara. O que é uma mulher bonita ? Uma pesquisa apontou as loiras como as mais sensuais. E hoje li na internet que a Graziela Mazifera foi eleita a mulher mais sexy do mundo pela revista VIP. É . . . sou suspeito mesmo !

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Curriculum

Outro dia ouvi (Max Geringer) que o curriculum ideal era como uma receita perfeita: tem todos os ingredientes na medida certa. Acontece que as exigências são distintas conforme o cargo. Antigamente, bastava a graduação (para trabalhar de empregado numa grande empresa). Depois, com o aumento da concorrência, as exigências foram aumentando, de forma que hoje em dia não existe limite: cursos de especialização, mestrados profissionais, cursos de aperfeiçoamento, cursos de línguas no exterior, MBA, etc, etc, etc . Apesar de que para algumas pessoas esses cursos possam realmente significar uma necessidade do cargo ou função, na prática eles servem apenas para "encher currículo", já que seus conhecimentos não são aplicáveis a realidade da maioria das empresas brasileiras (lembremos que estamos no Brasil e que temos limitações sociais inclusive). O que está acontecendo é que as pessoas estão cansando suas mentes com tanta informação, desgastando-se. Como consequência, muitas tem sua produtividade prejudicada e então estão sendo demitidas de seus empregos nas grandes empresas, substituidas por jovens que custam menos e tem "mais energia". Alternativas a essa vida são as empresas próprias (comércio e prestação de serviços), as profissões liberais e o serviço público. Nesses casos não são necessários investimentos tão intensos em treinamento, cursos e estudos. O comércio e serviços são tranquilos. Novidades nessas áreas são incorporadas e desenvolvidas pelos fabricantes e pela moda (no caso dos serviços). No serviço público quem estuda ganha mais e pode aspirar a cargos de chefia, mas, quem não quer estudar também não ganha mal, e, tem muito menos responsabilidade, o que pode ser vantajoso. Exceção apenas na carreira acadêmica, onde o mestrado, doutorado, pós doutorado e o que mais existir faz parte da carreira. Finalmente, nas profissões liberais clássicas (direito e medicina) a necessidade de atualização é lenta. No direito as leis mudam muito lentamente e na medicina o maior desenvolvimento se deu nos remédios (novas drogas) e métodos diagnósticos através de imagens, ou seja, áreas suporte da medicina e não intrinsecas a ela. Mesmo na engenharia temos areas que mudam pouco ou muito pouco. A engenharia que mais muda é a eletrônica e de telecomunicações, basta ver a velocidade em que os equipamentos ficam obsoletos. Temos assim muitas pessoas que levam uma vida relativamente tranquila, pelo menos em termos da necessidade de atualização constante, que consome tempo, dinheiro e "neurônios" dos seus perseguidores.

sábado, 17 de outubro de 2009

O potencial de cada um e a escola

Hoje li sobre Machado de Assis, que é considerado o maior dos escritores brasileiros. Contra todas as hipóteses, pois ele era epilético, filho de um pintor de paredes negro e de uma lavadeira e portanto pobre. Ele foi um autodidata. Aprendeu frances inicialmente com um padeiro, ingles sozinho e frequentou aulas em uma escola porque trabalhava vendendo doces por lá. Agora vamos a escola: nossos metodos de ensino (quadro negro e giz) são do seculo XIX. Na maioria das escolas os alunos aprendem por imitação e repetição. E como existem aqueles que nem assim conseguem aprender, o professor muitas vezes prejudica os mais brilhantes. Os livros didaticos de hoje em dia são muito bons. A internet está aí, bastando saber procurar e separar as fontes e informações para ter acesso a conteudos confiáveis. Muitos alunos vivem em ambientes familiares ricos culturalmente e tem acesso a muito mais informação que o professor. Por isso, alunos autodidatas podem ir muito mais longe hoje em dia. Quem gosta de desafios vive em uma época única. A experiência de anos de muitos está a um click do mouse. Escolhas podem ser feitas com muito mais consistência, pois os dados da equação estão disponíveis previamente e a todos que o desejarem. Uma solução utópica seria observar e detectar os alunos mais bem dotados e agrupá-los em salas de aula distintas, onde o professor bem preparado poderia avançar com a matéria. Na prática temos que o professor precisa se preocupar com os menos dotados e os mais indisciplinados, deixando abandonados os demais. O Brasil tem 50 milhões de alunos. Para o futuro do pais seria estratégico manter seus cérebros produzindo riquezas que beneficiariam a toda a sociedade.

domingo, 11 de outubro de 2009

A Teoria e a Prática

Ouvi uma vez um ditado sobre a teoria e a prática: Só pratica = barco sem rumo. Só teoria = barco ancorado. O problema é que a maioria tem apenas a prática ou apenas a teoria. Quem tem a teoria e a prática sempre sairá na frente. É o caso da seleção e recrutamento: o candidato ideal tem a teoria (formação/estudo) e a prática (experiência na função). Quando se fala de FUTURO temos somente TEORIAS. São especulações . . . foi assim na minha época de estudante: a micro-eletrônica era uma "promessa": O Brasil iria investir nessa área e os formandos como eu ficariam por cima da carne seca. Isso não aconteceu . . . Hoje ouvi um professor universitário falando sobre as profissões do futuro. Nas previsões dele, com o envelhecimento da população, as pessoas viverão mais e melhor e não se aposentarão nunca, permanecendo em atividade produtiva e remunerada até os "centos" anos . . . na minha opinião o professor é um baita teórico: as grandes empresas se livram dos empregados numa velocidade enorme. A depressão será a maior causa de afastamento do trabalho. Realmente, a teoria na prática é bem diferente !

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Decepções

Todos passamos por decepções. Qual delas é a pior ? Parentes distantes ou próximos. Chefes no emprego. As vezes parceiros amorosos. Outras vezes pessoas da própria familia. Também "amigos". E por fim colegas de trabalho. Pois é . . . é igual a ser honesto: todos são até que deixem de sê-lo. Ou seja: todos são entes queridos e estimados, até que suas ações mostrem que não são dignos de estima e serem "queridos". Podemos chamar isso de traição. Traição não e só a sexual num casal. Qualquer quebra de confiança pode ser chamada de traição. Confiar é "fiar junto". No entanto, precisamos confiar em alguém. Ou confiar desconfiando.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A Excelência é para poucos !

Sempre que observarmos uma característica, qualquer que seja ela, perceberemos que os que se destacam são poucos. Acho que isso tem a ver com a distribuição normal de probabilidades. Quem conhece estatística sabe do que estou falando: os extremos são pouco prováveis. Dessa observação chegamos também a afirmação de que toda média é mediucre. Como ninguém consegue ser bom em tudo, o segredo das pessoas é se destacar em alguma coisa específica e concentrar-se nisso. O problema é que essa pessoa, que só conhece uma faceta do mundo, torna-se analfabeta em relação aos outros aspectos da vida. E é aqui que espertalhões podem se aproveitar da ignorância do indivíduo. Uma solução é conseguir fazer amizades com pessoas inteligentes das diversas especialidades e pedir ajuda a elas quando necessário, na confiança de que elas não se aproveitarão da situação e que ajudarão. Em países mais evoluídos e mais éticos que o Brasil essas providências talvez não sejam tão necessárias. Na nossa realidade, temos que um em cada cinco brasileiros já foram vítimas de estelionato ou de tentativas. Não existe um dia em que não apareçam @-mails falsos na minha caixa postal, tentando conseguir informações para a consecução de fraudes. O mesmo com propostas por telefone ou tentativas de extorsão. Uma medida de sobrevivência muito salutar é obter referências sobre serviços ou produtos com amigos, colegas, familiares e conhecidos. Infelizmente nem sempre encontramos essas referências com nossos contatos. Nessa situação devemos nos aventurar no "mercado". Aqui todo cuidado será pouco. Devemos buscar informações confiáveis na mídia sobre os fornecedores. Escolher se possível os "top" nas categorias, o que significa, em geral, tradição e competência, ou seja, anos de experiência (experiência é o nome que as pessoas dão aos seus erros passados) e aprovação pelo "mercado" (competência = estabelecer-se com sucesso = competir). Com o advento da internet as empresas podem ser analisadas por seus "sites" e mesmo por rankings que são cada vez mais comuns. E finalmente rezar, pois mesmo com todos os cuidados ainda podemos ser vítimas de maus profissionais e produtos.

domingo, 4 de outubro de 2009

Trabalho - Tripalium

A palavra trabalho em português vem de tripalium, que era um instrumento de tortura, com o qual os romanos torturavam os escravos. Só por aí já dá para perceber a conotação negativa que tem o trabalho por aqui. Isso sem falar na Bahia e nos baianos, tão conhecidos pela sua disposição para o trabalho . . .
Pois bem, na edição de hoje de "No divã do Gikovate" foi abordado o tema trabalho, ou melhor, a falta de trabalho. Um ouvinte informou que está muito feliz em não precisar trabalhar e não depender de ninguém. Ou seja, não tem necessidade financeira de trabalhar e nem sente muito prazer no trabalho que eventualmente poderia exercer, em virtude de ter tido infortúnios no passado. Esse ouvinte pratica esporte de manhã e dedica-se a prazeres intelectuais a tarde, como por exemplo leituras. Em resposta a sua consulta, Gikovate comentou que o trabalho não é o único caminho de realização das pessoas. Em geral é uma necessidade para muitos e um desejo para alguns, que sentem prazer no trabalho que fazem (escrevendo isto me lembrei do "negro reprodutor", que era um escravo destinado a ter sexo com as escravas para gerar descendentes fortes e saudáveis como ele . . . ). Agora, deixando a brincadeira de lado, realmente existem pessoas que gostam do trabalho que fazem. Em geral essas pessoas dominam as variáveis de seu trabalho, ou seja, não são pressionadas demasiadamente pelos outros e nem tem de se submeter a condutas anti-éticas ou indignas. Também não sofrem assedio moral por exemplo. Possuem os instrumentos necessários a realização do trabalho e podem-se dar ao luxo de serem honestas com seus clientes. A maoiria dessas pessoas será composta de funcionários públicos graduados, em especial juízes e promotores e profissionais liberais de sucesso. Essa classe de pessoas tem por prerrogativa sua consciência como fiel da balança, podendo atingir os mais altos estandartes de conduta moral. Empregados de empresas privadas terão sempre o chefe a lhes dizer o que é certo e errado e os chefes terão os clientes e o "mercado" a lhes ditar as regras a seguir. Por isso existem "mercados" onde pessoas honestas não podem trabalhar e que corrompem os mais bem intencionados seres humanos . . .

sábado, 3 de outubro de 2009

"Não dá para ser rico no meio de pobres"

Ser rico no meio de pobres não é possível: você tem de fingir que é pobre. E, nesse caso, de que adianta ser rico ? Ser rico e levar uma vida de pobre me parece uma imbecilidade. Todo o esforço para ganhar o dinheiro de forma lícita deve ser recompensado por uma vida digna e confortável, não necessariamente luxuosa. Ser rico e levar vida de pobre é nivelar-se com os pobres. No limite, ao morrer essa pessoa terá tido uma vida desinteressante e muito aquém do que poderia ter sido. Assim sendo, acho que o equilíbrio é o caminho do meio: é necessário ser sábio, ou seja, viver bem, sem exageros e sem ser miserável. Sociedades mais igualitárias permitem que todos vivam em certa harmonia: tanto em sociedades ricas como em sociedades pobres. As diferenças é que geram os problemas, pois induzem a violência e a agressão. Caso você se torne muito rico, terá de ter seguranças ao seu redor o tempo todo, pelo menos aqui no Brasil. Outra solução é mudar de país, indo morar nos Estados Unidos, na Europa ou na Austrália. Só que nesse caso perderar-se-a os vínculos afetivos com parentes e amigos. E, sendo estrangeiro, a possibilidade de fazer amizades nesses países também será menor. Como agravante, o $$$ ficará no Brasil e os muitos ricos em geral precisam ficar administrando no dia a dia seu império. Os muito ricos são artistas, jogadores de futebol, grandes empresários ou profissionais liberais de sucesso (médicos e advogados). Não é possível ficar muito rico sendo empregado ou funcionário público (exceto se for corrupto), pelo menos no Brasil.