Essa é uma verdade que o Karnal comentou ontem no Jornal da Cultura. Vejo isso em coisas simples como a escolha de um médico por exemplo. Conheço pessoas que somente escolhem o médico "por indicação" que é o mesmo que por "fidelidade". Não adianta você pesquisar na internet o nome de um médico estudado, competente no seu passado, etc etc etc . Dez toneladas de competência não conseguem fazer esse idiota que confia apenas na "fidelidade" mudar de ideia. E deve ser assim para investimentos financeiros, relacionamentos amorosos e até para comprar melão na feira. Isso também explica a baixíssima abertura psicológica do brasileiro. O novo é visto com extrema desconfiança e no limite até como paranoia. Então respire fundo e prepare-se: você vai encontrar esses idiotas pelo seu caminho muitas e muitas vezes.
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6 comentários:
Vale o mesmo para advogados que fazem parte junto com os médicos do nosso clero secular. A competência de um advogado por ser avaliada por sentenças que ele conseguiu além da sua formação e dos processos em que atuou. É assim que aqui no Brasil as pessoas procuram os velhos experientes porque sabem que a experiência é o nome que as pessoas dão aos seus erros passados e mesmo o mais imbecil e incompetente tem uma chance de aprender minimamente com o tempo mas não a certeza.
Acho que um dos poucos lugares onde você é escolhido pela sua competência é para falar na CBN ou no JC Debate e isso não rende dinheiro. E é claro que isso acontece também com os Pop Stars como Leandro Karnal, Mario Sergio Cortella, Clóvis de Barros Filho e Luiz Pondé. Todos profesores, concursados e muito inteligentes.
Vale inclusive para quem sabe muito mas não tem um diploma, por exemplo. Tenho um amigo que somente acredita nos "especialistas". Coitado !!! Vive tomando na cabeça com seus "especialistas". Na verdade mesmo os meus amigos são formatados pelo jeito brasileiro de ser . . .
A competência pode ser avaliada como onde o médico se formou, onde fez residência, onde trabalhou, se continuou estudando, se também exerce o magistério, quantos anos tem de experiência. Para advogados valeria a mesma análise se você soubesse em que área ele atua, já que todos dizem saber fazer tudo . . .
É assim que quase todos empregos bons na iniciativa privada são preenchidos por indicação. Uma indicação vale mais que 10 cursos de especialização. É assim também nos altos cargos do judiciário por exemplo. As vagas que sobram são justamente as piores, as que ninguém quer. Hoje o Brasil produz um milhão de formandos no nível superior e isso para quem quer manipular um cargo é suficiente para empregar o amigo incompetente por exemplo. A solução para quem é rebelde ao sistema é criar seu próprio emprego ou passar no concurso público, o que acontece com muita frequência com ex-alunos da USP.
Acho que essa característica do brasileiro tem a ver com o seu baixo QI: quem é burro não saberá dar valor para quem é inteligente por conta da sua própria deficiência. Experimentar é correr perigo e correr perigo é para quem sabe calcular riscos. E saber calcular riscos depende de amplo conhecimento das condições de contorno, suas e do outro.
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