O emprego ideal

A busca pelo emprego ideal é igual a busca pelo Santo Graal ou pela mulher perfeita: difícil e cheio de dificuldades de todo tipo. Poderíamos dizer que o emprego ideal é diferente para cada pessoa porque as pessoas são diferentes. É difícil casar o que se gosta de fazer com o que é necessário fazer. Também é difícil conviver com outras pessoas aqui no Brasil, o que torna muitos empregos um suplício. Eu gostaria de um serviço público bem remunerado com alta responsabilidade, como fazer leis por exemplo. Não qualquer lei, mas boas leis. Gostaria de administrar uma grande empresa, na posição de diretor financeiro. Acho que eu gostaria de ter poder, muito poder, porque me sinto preparado para exercê-lo com justiça e competência. Um empresário é um ser que busca o lucro acima de todas as coisas e procura fazer o que é bom para ele. Já um legislador deve fazer o que é bom para seu povo. Um juiz não faz as leis, apenas as aplica. Um governador ou um presidente tem um poder enorme aqui no Brasil e eu também gostaria de exercer um cargo desses. Pena que esses empregos ideais sejam poucos e praticamente impossíveis de serem ocupados sem antes você ser eleito, o que é um processo muito difícil e sujeito a todo tipo de iniquidade. Talvez o emprego ideal seja o de um profissional liberal que faz o que gosta: ele pode recusar um cliente indesejado por exemplo e pode escolher quem vai trabalhar para ele. Sua autonomia é grande e portanto sua responsabilidade também. Quando se fala em profissão liberal aqui no Brasil vem a mente sempre advogados e médicos. Poucos são os engenheiros contratados e entre eles somente os civis teriam alguma chance, assim mesmo em obras menores. Grandes projetos exigem a competência de muitos e para agrupar muitos engenheiros é preciso uma grande empresa. Aliais isso foi refletido em uma pesquisa do Sindicato dos Engenheiros que mostrou que a maioria deles estava empregada em grandes empresas, muitas delas pertencentes ao governo.